Itaú: em Dia Regional de Luta, Sindicato cobra mais investimento em segurança

0

MONTAGEM-ITAU

Bancários, usuários e clientes do Itaú não aguentam mais tanto descaso. Apesar dos lucros bilionários registrados no ano passado, o banco insiste em um comportamento que visa apenas o lucro e não investe em segurança. Para marcar o repúdio da população e dos trabalhadores, o Sindicato participou ontem (16) de um ato unificado por mais investimento, o Dia Regional de Luta.

Os diretores do Sindicato, contando com a solidariedade e presença de companheiros de outras categorias (atingidos direta ou indiretamente pela negligência da instituição financeira), se uniram em quatro postos de trabalho, localizados no Setor Comercial Sul. As quatro agências tiveram seu funcionamento suspenso neste dia, em protesto. Uma delas esteve fechada por oito dias, por falta de condições de trabalho.

Presidente da Federação dos Empregados em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN), José Avelino declarou à TV Bancários que a entidade está unida, em busca de melhorias. “Os 12 sindicatos, nos oito estados em que atuamos, estão trabalhando fortemente, entendendo que tem que ter força e unidade para que o banco reconheça e não maltrate mais os clientes, como vem fazendo”, declarou.
 

 

Representando o Sindicato dos Vigilantes do DF, o diretor Edmilson Rodrigues participou da mobilização organizada pelo Sindicato. Segundo ele, o apoio dos trabalhadores vigilantes se deve, também, ao fato da implementação de um novo modelo de agência nos postos de trabalho do Itaú. “Estão tirando os trabalhadores vigilantes das agências e isso atinge diretamente os bancários, por propiciar a falta de segurança nas agências”, afirma Edmilson.

Esse novo modelo de agência, citado pelo diretor do Sindicato dos Vigilantes, é a transformação do posto de atendimento apenas para tratar de negócios. Assim, o banco retira o bancário do atendimento no caixa, acaba com o quadro de funcionários vigilantes e seleciona quais clientes ainda vai atender.

De acordo com a secretária de Assuntos Parlamentares do Sindicato, Louraci Morais, as agências de negócio (como são chamadas) são criadas sem o conhecimento de clientes e usuários, prejudicando inclusive os beneficiários do INSS, que não são comunicados previamente que sua agência mudou.

“O banco está escolhendo o cliente que quer atender, considerando apenas quem o dará mais lucro. Em nenhum momento o banco pensa nos seus clientes e usuários, dificultando a vida do trabalhador que precisa fazer operações bancárias”, completa Louraci, que também é funcionária do Itaú.

A falta de responsabilidade acerca da segurança tem se tornado cada vez mais grave no Itaú, colocando a vida e a saúde de todos em risco. Pela ausência de portas giratórias detectora de metais e a retirada dos vigilantes, o banco foi multado pela Polícia Federal, em março deste ano, em R$ 1,188 milhão.

Para o presidente do Sindicato dos Vigilantes do Entorno, Santiago Nascimento, o descaso é total, já que o banco descumpri a portaria da Polícia Federal, que prevê a atuação do vigilante dentro das unidades da instituição financeira. Santiago reafirma que o apoio dos vigilantes do Entorno tem como objetivo reforçar o desejo de aumentar a segurança para todos.

Amanda Corcino, presidente do Sindicato dos Trabalhadores dos Correios, esteve ao lado dos bancários em mais essa atividade. Segundo Amanda, a situação dos trabalhadores dos Correios também é de vulnerabilidade. “As agências dos Correios foram transformadas em correspondentes bancários e não há vigilante nem porta giratória. Apoiamos o ato de hoje para que os patrões se conscientizem de que não podem apenas lucrar, mas que devem oferecer condições de trabalho para um atendimento de qualidade”, argumenta.

Assédio moral

Em uma das agências fechadas durante o Dia Regional de Luta, o Sindicato tomou conhecimento de que funcionários estavam sendo assediados pela gerência, a fim de que não deixassem o posto de trabalho. A situação foi tão grave, que a vítima foi orientada a se esconder dos diretores do Sindicato, para que não a vissem chorando.

 
Fonte: Fetec-CUT/CN com informações dos sindicatos filiados