Insatisfeitos com proposta, profissionais da Caixa promovem manifestações em todo o país

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Os profissionais de engenharia, arquitetura e advocacia da Caixa Econômica Federal realizaram nos dias 27 e 30 de março e 1º e 2 de abril uma série de protestos em todo o país contra a proposta da empresa para a revisão da atual estrutura salarial da carreira profissional. Eles prometem parar se a Caixa não revir o que propôs.

Em Brasília, as manifestações, organizadas e convocadas pela Aneac (Associação Nacional dos Engenheiros e Arquitetos da Caixa) e pela Advocef (Associação Nacional dos Advogados da Caixa) ocorreram no Edifício Matriz I. O Sindicato apoia o movimento. Afirma o diretor Raimundo Félix: “O Sindicato se solidariza com os profissionais da Caixa na luta por suas reivindicações”.

A proposta apresentada pela empresa, na rodada de negociação permanente realizada na quinta-feira 26 de março, não atende minimamente ao pleito desse segmento e foi rechaçada de pronto ainda na mesa de discussões pelos representantes dos trabalhadores (Contraf/CUT, Comissão Executiva dos Empregados, Advocef e Aneac).
      
Entre as sugestões apresentadas, estão a reabertura da adesão para os empregados que permaneceram nos PCSs de 1989 e de 1998 e o realinhamento da tabela salarial vigente. A proposta da empresa prevê estrutura com 36 referências salariais e amplitude de 61%, oito horas de jornada para os trabalhadores da carreira profissional e parametrização de salários, com base em pesquisa de mercado em bancos públicos e privados, além de órgãos estatais. 
  
Um dos problemas apontados pelos representantes dos trabalhadores se refere à questão de valores. Cálculos preliminares apontam que o salário de um profissional em início de carreira não contempla a expectativa, o mesmo ocorrendo com os trabalhadores com mais tempo de empresa, por exemplo. Outro fato preocupante é que a proposta da Caixa não prevê a opção pelo retorno da jornada de seis horas para todo o quadro de profissionais.

Segundo a Aneac e a Advocef, atualmente o quadro de carreira do corpo profissional encontra-se dividido em 19 situações conflitantes, que geram desconforto e desmotivação entre os empregados. Na terça-feira 31, foi apresentada uma contraproposta à Caixa, para a qual os profissionais aguardam uma resposta.

“Queremos uma proposta
que atenda nossas reivindicações”

A Contraf/CUT e a CEE/Caixa classificaram como rebaixada a proposta para a nova tabela salarial da carreira profissional e já se mobilizam para pressionar a Caixa a rever o que foi colocado na mesa de negociação. “Vamos pressionar a empresa a apresentar um formato de estrutura salarial que acabe com todas as distorções. Está em debate, nesse caso, não a adequação, mas sim a valorização da carreira profissional”, adiantou Jair Pedro Ferreira, diretor do Sindicato e coordenador da CEE/Caixa.

 Para os representantes dos trabalhadores, na tentativa de justificar sua proposta, a empresa apresentou uma espécie de parametrização de salários com base em pesquisa de mercado, incluindo para isso bancos e empresas públicas e privadas.  Até mesmo a regra de transição, segundo a representação nacional dos empregados, aumenta as distorções. Também não há concordância em relação à exigência de o empregado desistir de ações judiciais.
 
A representação nacional dos trabalhadores mantém ainda discordância no tocante à jornada de oito horas e enfatiza ser preciso acrescentar o compromisso da empresa de melhorar as condições dos bancários que estão com distorções em suas carreiras.
 
O tema da revisão da estrutura salarial para a carreira profissional voltará a ser discutido em breve com a direção da Caixa.  
 
Atualizada em 2/4/2009