Ibaneis contraria discurso e inicia privatizações

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Durante a campanha para o governo do DF, Ibaneis Rocha anunciou e assumiu compromissos eleitorais de que em sua gestão não haveria privatizações. O então candidato a governador afirmou que Brasília não poderia abrir mão de suas empresas estatais, “pois a cidade precisa delas para seu progresso”. Esse compromisso foi reforçado após ele assumir o Palácio do Buriti.

No entanto, os servidores das estatais têm se surpreendido com algumas medidas anunciadas pelo governador. É o caso, por exemplo, do lançamento de edital de chamamento público para passar gestão do Metrô à iniciativa privada, publicado nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial do DF.

“Por ser um direito garantido pela Constituição Federal, o transporte público não pode ser tratado como mercadoria”, defende o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.

Britto explica ainda que as desvantagens não serão sentidas apenas no bolso do passageiro, mas também em outras vertentes. Para cortar custos e aumentar a lucratividade, a tendência é que o metrô, sendo privatizado, ofereça um serviço mais precário do que o prestado atualmente.

“Como se não bastasse, ainda tem a questão dos servidores”, lembra o dirigente. “Eles serão remanejados de suas funções, enviados para outros postos de trabalho e correm o risco de ser severamente prejudicados”, alerta.

O presidente da CUT Brasília enfatiza ainda que, com a reforma trabalhista, seguindo os moldes do que já vem acontecendo no DF, a empresa que ganhar a concessão para administrar o metrô provavelmente montará seu quadro com trabalhadores subcontratados. A sobrecarga de trabalho e a escassez de mão de obra colocarão em risco a segurança de milhares de pessoas que utilizam o transporte diariamente.

“O metrô pertence ao Distrito Federal e, consequentemente, ao povo. Não podemos permitir que seja privatizado”, disse.

Por fim, Britto ressalta que a CUT, enquanto uma entidade comprometida com os trabalhadores e com as pautas sociais, repudia toda e qualquer tentativa de privatização do transporte público, um serviço essencial à população. O dirigente destaca ainda que a Central estará lutando vigorosamente pela manutenção do Metrô-DF como uma empresa pública e a serviço da sociedade.

População rejeita privatizações

Pesquisa realizada pelo instituto Datafolha divulgada em janeiro mostra que a maioria da população brasileira rejeita as privatizações de empresas estatais e a retirada de direitos trabalhistas, duas das principais bandeiras neoliberais, defendidas pelos eleitos Jair Bolsonaro (PSL, presidente), João Dória (PSDB, governador de São Paulo) e Romeu Zema (Novo, governador de Minas Gerais). Respectivamente, 60% e 57% das pessoas ouvidas pelo instituto afirmaram discordar de ambas as práticas.

Segundo a pesquisa, apenas 34% da população concorda que o governo deve vender o maior número possível de suas empresas. Outros 5% afirmaram não ter opinião formada e 1%, neutro.

As privatizações encontram maior aprovação entre os mais ricos, na faixa de renda superior a dez salários mínimos (56%). Homens, pessoas com curso superior e moradores do Centro-Oeste e do Norte também são mais favoráveis à venda das estatais, afirma o Datafolha. Mulheres, pessoas com escolaridade média, moradores do Sul e do Nordeste e os mais pobres rejeitam majoritariamente as privatizações.

Da Redação com CUT Brasília