Grupo aprova propostas sobre remuneração. Índice será decidido no plenário

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Rede de Comunicação dos Bancários
Cláudia Motta/Seeb São Paulo

Os delegados reunidos no encontro que debateu remuneração na 10ª Conferência Nacional dos Bancários definiram, na tarde desta sexta-feira, 25, alguns pontos que constarão do documento com as reivindicações que serão levadas à negociação com os banqueiros, em agosto.

O índice de reajuste salarial da Campanha Nacional 2008 será definido nos debates de domingo, dia 27.

PCS para todos

Ficou definida a formulação de um plano de cargos e salários para todos os bancários que estão na empresa ou que vierem a ingressar no quadro de funcionários dos bancos. A proposta prevê 1% de reajuste a cada ano de trabalho. A cada cinco anos, esse reajuste será de 2%. O banco é obrigado a promover o bancário pelo menos um nível a cada cinco anos.

A proposta de PCS determina, ainda, que os bancos são obrigados a treinar o trabalhador para a nova função por no mínimo 60 dias. E quando houver uma nova vaga, o banco é obrigado a fazer um processo de seleção interna para preenchê-la. Para cada cargo e função o banco deve apresentar a grade curricular necessária e oferecer o curso aos trabalhadores dentro do expediente. Em caso de descomissionamento do bancário, a comissão será incorporada ao salário integralmente.

Metas

Os bancários definiram nos debates da 10ª Conferência Nacional que querem interferir nas metas que estão na base da gestão do sistema financeiro. De acordo com a reivindicação, as metas passarão a ser definidas com o movimento sindical, a partir do local de trabalho – agências ou departamentos – e levando em consideração a região, o porte das agências, o número de funcionários, a base de clientes e o perfil econômico local. Devem ser obrigatoriamente coletivas e não individuais, considerando a região e número de clientes. Deve ocorrer a redução das metas quando houver a diminuição de trabalhadores.

O presidente do Sindicato, Luiz Cláudio Marcolino, ressalta que a remuneração variável está calcada na meta. "Temos que entrar nesse debate, fazer o enfrentamento. Não podemos negar essa realidade. Meta é gestão, é controle. A lógica coletiva tem que se sobrepor à lógica individual. Se não fizermos esse debate, se não interferirmos, estaremos virando as costas para as condições de trabalho. Discutir metas é ir contra a lógica do capital que domina o sistema financeiro", disse Marcolino.

Remuneração variável

A reivindicação será de distribuição de 5% da receita de prestação de serviços de forma igualitária entre todos os bancários. O pagamento deverá ser feito após a publicação do balanço trimestral. Além disso, 10% de toda a produção da agência deve ser distribuída entre os trabalhadores da unidade.

"A conferência está debatendo sobre toda a remuneração dos trabalhadores. Fixa, variável, direta ou indireta. Afinal, queremos nos apropriar ou não da receita da prestação de serviços que cresce ano a ano nos bancos? O debate sobre a remuneração total tem por objetivo mudar a lógica da remuneração do trabalhador e tornar menos cruel essa relação", afirma Marcolino.

PLR

O presidente do Sindicato destacou que a formulação de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) que vem sendo utilizada está ultrapassada. "No ano passado, vários bancos pagaram dois salários para os bancários e, ainda assim, não distribuíram 5% do lucro. Ou seja, não dá mais para dialogar com os trabalhadores sobre dois salários." Diante desse cenário, os delegados aprovaram a proposta apresentada por Marcolino: banco que deu lucro paga três salários mais R$ 3.500 para todos, sem limitador e sem teto.

Alimentação

Os delegados aprovaram que deve ser aplicado para o vale-refeição a correção da inflação dos alimentos, que acumulada nos últimos 12 meses está em torno de 16%. O vale-alimentação reivindicado é de R$ 415, o mesmo valor do salário mínimo.

Os bancários também reivindicarão o 13º vale-refeição, ou seja, mais um mês de vale-refeição no fim do ano, a exemplo da 13ª cesta-alimentação conquistada no ano passado.

Creche

O auxílio-creche/babá deve ter o mesmo valor do salário-mínimo (R$ 415) com ampliação da idade para 8 anos e 11 meses e comprovação anual dos gastos.

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