Greve histórica arranca novas conquistas

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Os empregados da Caixa deram mais uma demonstração de sua força, de sua capacidade de mobilização, de solidariedade e de unidade na greve dos sete dias da campanha salarial que se encerra, estabelecendo um marco importante na história de lutas da categoria. No último dia da greve, 85% da Caixa pararam em Brasília e 80% em todo o país.

E com sua garra, os empregados alcançaram novas conquistas, como aumento real de salário, melhoria na PLR para a maioria, 13ª cesta-alimentação, novos avanços em direção à isonomia e o compromisso de discussão de um novo PCS, que corrija injustiças e distorções nas várias tabelas salariais.

O acerto da estratégia

“O resultado da campanha mostra que a estratégia de combinar negociação nacional com negociação específica foi correta”, avalia Rodrigo Britto, presidente do Sindicato. “Se a campanha salarial fosse separada só na Caixa, não teríamos conquistado o aumento real nem a 13ª cesta-alimentação, alcançados na mesa da Fenaban, com a pressão de toda a categoria.”

Foi com a campanha unificada que a categoria conquistou nos últimos quatro anos 5,5% de aumento real e um grande salto na PLR.

A greve deste ano durou mais tempo na Caixa porque foi a empresa que mais resistiu em avançar nas longas e difíceis negociações específicas. “A intransigência da Caixa só foi quebrada com a greve e com a nossa determinação de luta”, diz Enilson da Silva, secretário-geral do Sindicato. 

Para ele, também foi correta a estratégia de, com a pressão da greve, buscar incessantemente o acordo na mesa de negociação e rejeitar com veemência a tentativa da Caixa de levar a campanha a dissídio coletivo no TST. “Se fôssemos para o tribunal, estaríamos sem PLR, porque o TST não se pronuncia sobre isso, e perderíamos conquistas”, acrescenta Enilson.

Negociações permanentes

O acordo aprovado pela assembléia específica do dia 9 só não foi melhor porque a PLR ficou aquém da expectativa do segmento de empregados que tem os salários mais altos. A proposta dos bancários, aprovada na 8ª Conferência dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, era de dois salários mais R$ 3.500 fixos de PLR.

Percebendo que quem mantinha a greve forte eram os empregados com salários mais baixos, a Caixa apresentou proposta de PLR que contempla esse segmento. “Se a greve continuasse, a Caixa ajuizaria dissídio no TST. Nesse caso, a Caixa pagaria a PLR como bem quisesse, ao mesmo tempo em que perderíamos todas as conquistas, uma vez que o tribunal só aprecia cláusulas econômicas. Sequer o abono dos dias parados estaria garantido” , afirma Raimundo Nascimento, secretário de Finanças do Sindicato. “Agora vamos atrás de novos avanços nas negociações permanentes com a direção da empresa.”  

Desde 2004, 5,5% de aumento real

INPC

Reajuste na Caixa

2004

6,64%

8,50%

2005

5,01%

6,00%

2006

2,85%

3,50%

2007

4,82%

6,00%

Total

20,7%

26,2%