Artigo: governo Rollemberg descamba para o neoliberalismo

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Por Antonio Eustáquio Ribeiro*

A última ação do governo Rollemberg motivada pela paralisação dos professores do Distrito Federal acentua a opção deste governo pelo modelo de atuação neoliberal. O governo, ao invés de negociar com seriedade e buscar uma solução que contemple a justíssima reivindicação dos professores, até porque se refere a pagamentos devidos não feitos no tempo adequado, recorre à justiça comum pedindo a declaração de ilegalidade da paralisação, o que foi acatada pelo TJDFT, adotando uma postura de alinhamento com este viés contrário aos trabalhadores.

Esta opção ideológica começou a se evidenciar ainda na formação do governo, quando Rollemberg colocou como secretário de Fazenda, a mais importante secretaria do governo, responsável pela gestão econômico-financeira do GDF, um tucano oriundo do governo de Aécio/Anastasia de Minas Gerais, os mesmos governos do “choque de gestão” que atacou o funcionalismo, suprimiu direitos e arrasou com o abastecimento de água no estado que, a exemplo de São Paulo, também governado pelo PSDB, corre sério risco de racionamento de água, embora a mídia elitista do país não tenha noticiado, pois não envolve o PT.

Ato contínuo, Rollemberg, que apoiou Aécio no segundo turno das eleições presidenciais de 2014, colocou como seu líder na Câmara Legislativa o deputado distrital do PSDB Raimundo Ribeiro, ex-secretário do corruptíssimo governo Arruda, que declarou ser favorável à privatização do BRB, a despeito de o governador dizer o contrário.

Sobre o comportamento do GDF acerca de medidas econômicas, não se tem notícias de parcelamentos nem atrasos de faturas de empresas com as quais o governo tem contrato, nem tampouco das cotas de publicidade da mídia local que veicula propaganda institucional e promocional do GDF; porém, atrasos, parcelamentos e ameaças de não cumprimento de acordos feitos com os servidores passou a ser corriqueiro no discurso do governo. E utilizando a desculpa de sempre: isto foi causado pelo governo anterior.

Como se vê, o modelo adotado por Aécio/Anastasia em Minas Gerais está fazendo escola no GDF de Rollemberg, cujo partido se diz socialista. Ele está mostrando sua real face, descambando para um comportamento neoliberal, cujo tratamento ao grande capital é o tapete vermelho e aos trabalhadores é o chicote.

Antonio Eustáquio Ribeiro é bancário do BRB e diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília