Governo quer reduzir papel do Banco do Brasil no crédito agrícola

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Mais uma medida governamental para acelerar a retirada dos bancos públicos de todos os negócios bancários que geram competição com os privados e preparar a privatização. O governo estuda reduzir a participação do Banco do Brasil no crédito agrícola. A instituição é líder histórica nesse segmento, responsável por 60%, em média, nas últimas seis safras no país, e principal financiador da agricultura familiar. As informações são do jornal Valor Econômico.

De acordo com a reportagem, o banco admite que deve perder participação no mercado. Como principal instituição financiadora do agronegócio brasileiro, o desmonte do BB na área rural fará com que as instituições privadas ganhem terreno e essa transferência de responsabilidade para os bancos privados vai onerar os produtores rurais.

“Queremos fazer com o BB o que estamos fazendo com o BNDES”, disse ao Valor o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, referindo-se à missão dada pelo governo para o BNDES reduzir seu tamanho, abrindo mais espaço para atuação de instituições financeiras privadas e para o mercado de capitais. 

A redução do papel do BB no crédito rural é mais uma ação neoliberal do ministro da Economia, Paulo Guedes, de ataque com vistas ao desmonte do banco. Hoje, o BB é responsável por financiar a agricultura familiar por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), que responde por 70% da produção de alimento consumido pelos brasileiros, a juros que variam entre 2,5% e 5,5% ao ano.

“Mais uma decisão desastrosa que agora ameaça concreta, direta e perceptivelmente toda a sociedade. A segurança e a soberania alimentar, o preço dos produtos que vão às mesas dos brasileiros, os mais de 5 milhões de empregos gerados no campo a partir da agricultura familiar, a balança comercial e os empregos/funções desta área de atuação direta e indiretamente gerados no BB… Enfim, um completo e inacreditável absurdo”, denuncia o diretor do Sindicato e funcionário do BB Kleytton Morais. “Não aceitaremos esta tragédia. Nos levantaremos e resistiremos em frente ampla na defesa intransigente dos funcionários e funcionárias, do Banco do Brasil e dos brasileiros”, avisa.  

Líder no mercado

A participação do BB no mercado de crédito agrícola já chegou a 61%. Hoje, segundo o BC, a instituição detém 57,4% de participação, considerando o saldo de sua carteira de agronegócio acumulada nos últimos 12 meses encerrados em dezembro de 2018, que é de R$ 188,7 bilhões. Os principais bancos privados (Bradesco, Santander, Itaú e Rabobank), os dois bancos cooperativos (Sicoob e Sicredi) e os demais públicos (Caixa e Banco do Nordeste), juntos, têm 40%.

Da Redação com informações do Valor Econômico