Funcionalismo cobra do BB melhoria no Plano de Carreira e ascensão

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Terminou sem avanços a quinta rodada das negociações específicas entre os representantes do funcionalismo e a direção do Banco do Brasil, realizada nesta sexta-feira (18) dentro da Campanha Nacional 2015, para tratar de remuneração, um tema considerado caro ao conjunto dos trabalhadores.

“Apresentamos e defendemos propostas referentes à melhoria do piso, plano de carreira e funções, cumprimento da jornada de 6 horas, melhoria nos processos seletivos e outras reivindicações de nossa minuta”, enumerou o diretor do Sindicato e representante da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, Rafael Zanon, que participou da reunião em São Paulo.   

Cobrado pela representação do funcionalismo acerca das mesas anteriores, o BB se comprometeu a trazer as respostas referentes às rodadas realizadas até agora na próxima reunião, provavelmente na próxima sexta-feira (25), para quando está marcada nova negociação com a Fenaban para tratar de pontos como índice de reajuste, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e outros itens remuneratórios da pauta geral de reivindicações dos bancários.

Veja a seguir o que foi debatido na negociação desta sexta-feira:

Exames periódicos

Em relação aos exames periódicos realizados em cidades diferentes da lotação do funcionário, já está previsto o abono das horas utilizadas. As entidades sindicais sugeriram clausular o procedimento no acordo coletivo e enfatizaram a necessidade de abono das consultas médicas.

O BB concordou em apresentar os resultados do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) para a Comissão de Empresa dos Funcionários.

Sobre os funcionários já aposentados pelo INSS, quando gozando de licença-saúde, o BB complementa a diferença entre o salário e o benefício recebido por até 730 dias. Sobre a complementação das licenças concedidas pelo INSS, o BB afirmou que está em contato com o INSS na tentativa de firmar convênio para aprimorar os procedimentos e assim evitar os problemas observados atualmente.

Plano de Carreira e Remuneração (PCR)

Entre as reivindicações para o PCR, as entidades sindicais querem o reajuste sobre o piso salarial com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66) e o aumento dos percentuais de interstícios entre os níveis de 3% para 6% a cada três anos.

Além disso, os bancários defendem a ampliação da pontuação e da abrangência, também para escriturários, referente à carreira de mérito, e o aumento da gratificação de caixa e efetivação de todos os escriturários em regime de substituição há mais de 90 dias, revisando também a dotação dos PSOs.

O BB disse que está analisando esses itens.

Pagamento das substituições

A Comissão de Empresa levou ao BB a reclamação de que funcionários, como é o caso dos assistentes de agências, que realizam o trabalho próprio de outras funções não estão recebendo por isso. Pressionado pelos trabalhadores, que reivindicaram o pagamento das substituições, o BB afirmou estar analisando a proposta e alegou que vem regularizando a situação nos últimos anos.

Para os representantes dos funcionários, a substituição dos comissionados é uma forma de melhorar a formação profissional e evitar os desvios de função e, ainda, tornar mais transparentes e efetivos os processos de nomeação, uma vez contemplados no histórico funcional os dias da efetiva substituição em outro cargo.

Horas extras

As entidades solicitaram a abertura de negociação sobre o trabalho no fim de semana em dependências não envolvidas no processo de automação. Com o fim do banco de horas, não existe regra em acordo coletivo estipulada para esses casos. Os sindicatos reivindicam a regulamentação do tema.

Plano de funções/comissões

A Comissão de Empresa reivindicou o aumento nos valores dos adicionais de função e valores de referência, além de mecanismos de incorporação das comissões no salário.

Foi cobrada a melhoria do plano de funções e a negociação com as entidades de alterações na estrutura dos cargos. Outra questão é que não seja feita nenhuma alteração sobre a jornada de trabalho sem negociação com os funcionários.

Foi reiterado o pedido de uma negociação sobre assistentes dos segmentos Estilo e Private e a criação do cargo de pregoeiro, além de uma negociação sobre os funcionários de cargos de nível superior, cuja carreira está ameaçada por uma ação do ministério público contra o banco.

Os bancários também reivindicam do banco a análise e resposta sobre os diversos artigos da minuta que contemplam melhorias nos cargos e funções de várias unidades e setores específicos, como CABB e SAC.

Melhoria nos processos seletivos       

Os trabalhadores também reivindicaram a melhoria nos processos de seleção interna. Mesmo com os avanços conquistados nos últimos dois anos, como a restrição à nomeação fora dos 20 primeiros colocados no sistema de talentos do banco (TAO), os bancários entendem que as seleções ainda são marcadas por muita subjetividade, falta de transparência, ausência de clareza nos critérios, clientelismo e falta de informação nos comissionamentos. Assim, reivindicaram que os modelos mais justos e transparentes, que são adotados em processos seletivos como o Progrid (Ditec), Audit e Dijur devem ser ampliados para o restante da empresa.

Foi solicitada a participação das Gepes em processos seletivos em unidades maiores e também que toda vaga aberta tenha prazo definido para inscrição e data de escolha, evitando os pedidos de retirada das concorrências e nomeações de funcionários que não estavam inscritos anteriormente.

Outra cobrança foi quanto ao registro da seleção em que o funcionário esteja participando e também a obrigatoriedade de feedbacks em todos os processos seletivos.

O BB reconhece a importância desse debate e concorda em discutir a melhoria dos processos.

Remoção automática precisa funcionar

O sistema de remoção automática não está funcionando e os sindicatos reivindicaram a regularização do processo, independente de excessos localizados ou reestruturações.

Garantias aos funcionários vítimas de reestruturações

A Comissão de Empresa reivindicou a manutenção da remuneração e praça de lotação para os trabalhadores vítimas de processos de reestruturações.

Engenheiros, advogados e outras carreiras técnicas

Os sindicatos alertaram para o BB que é necessária uma mudança de postura da empresa no Judiciário com relação ao tema, pois isso está colocando em risco os atuais trabalhadores dessas áreas. Os bancários defendem que ninguém pode ser descomissionado em decorrência da ação do Ministério Público sobre o tema.

Jornada de 6 horas para assessores das unidades estratégicas e táticas

O BB disse que não há iniciativa da empresa nesse sentido e fará reunião com a comissão de empresa para tratar do tema se houver alguma sinalização da direção do banco sobre a questão. Os bancários reivindicaram 6 horas para todos, sem redução de remuneração, e insistiram na necessidade de negociação entre o BB e os sindicatos para regularizar a jornada de trabalho dos funcionários.

Mais contratações

Os representantes dos funcionários novamente reivindicaram a reposição dos funcionários que saíram no plano de aposentadoria. As vagas não estão sendo repostas e isso tem agravado as condições de trabalho em todas as unidades.

Nomeação e pagamento da gratificação de caixa

Os bancários cobraram do BB a nomeação dos caixas executivos que vêm exercendo a função de forma consecutiva em várias agências e plataformas do PSO. Trata-se de uma cobrança constante dos caixas substitutos, que sempre estão exercendo a função, mas não são nomeados, o que causa um prejuízo ao funcionário no recebimento das férias, 13º e adiantamentos.

Outra reivindicação feita é a de que todo o funcionário que abrir terminal de caixa recebe a gratificação de caixa na folha de pagamento.

Vários gerentes de serviço do PSO e de agências, além de outros funcionários, estão sempre ajudando nos serviços de caixas, mas sem ganhar a gratificação, assumindo riscos de diferença no caixa.

Foi reivindicado o pagamento do auxílio-refeição para o trabalho extraordinário aos fins de semana e feriados, na forma de adiantamento ou ressarcimento posterior no ticket-refeição.

Organização dos trabalhadores

Os sindicatos denunciaram ao BB os relatos de retaliação e ameaças a funcionários feitos especialmente por superintendentes regionais e estaduais quanto a ações judiciais e greve.   

O banco respondeu oficialmente que não é política ou orientação da empresa e que vai acolher e apurar as denúncias.

Da Redação com informações da Contraf-CUT