Forte mobilização de bancários leva Fenaban a reabrir negociação

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Depois de duas semanas de greve de bancárias e bancários em todo país, com forte mobilização da categoria, a Fenaban (sindicato dos bancos) procurou o Comando Nacional dos Bancários para uma nova rodada de negociação da Campanha Nacional 2015. A reunião será realizada na tarde desta terça-feira (20), em São Paulo.

Integrante do Comando Nacional, o presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, vai representar os trabalhadores da capital federal nas negociações com os bancos em São Paulo. “A negociação desta terça foi conquistada graças ao esforço e mobilização de todas as bancárias e bancários que estão participando dos comitês de esclarecimento”, afirmou o dirigente sindical.

As negociações não aconteciam há mais de 20 dias. Com isso, os grevistas, mobilizados desde 6 de outubro, já paralisaram quase 13 mil unidades (12.496 agências e 40 centros administrativos) pelo Brasil. Essa greve, uma das maiores greves dos últimos 20 anos, é a resposta da categoria à proposta vergonhosa de reajuste de 5,5% apresentada pelos bancos.

“A força da greve dos bancários fez a Fenaban voltar para a mesa de negociação. Esperamos que agora apresente uma proposta digna. Também torcemos para que a diretoria da Caixa crie vergonha e volte a negociar, apresentando uma proposta decente”, reforçou Wandeir Severo, secretário de Finanças do Sindicato e empregado da Caixa.

Pressão sobre BB e Caixa

A Caixa Econômica Federal também tem se omitido com relação à negociação deste ano, o que levou os funcionários do banco a interromper os serviços de call center da instituição em todo país, também na manhã desta terça (20).

No Distrito Federal, ficaram fechadas as unidades do banco localizadas no Setor Comercial Sul e Norte, SIA, 505 Sul e Norte e na 512 Norte. “Com esta paralisação esperamos que a Caixa pare de se fingir de morta e comece a negociar”, apostou o secretário de Formação do Sindicato, Antonio Abdan, que também é empregado da Caixa.

O secretário de Comunicação e Divulgação do Sindicato, Adilson de Sousa, aproveitou a oportunidade para convocar os bancários a continuarem mobilizados mesmo depois da reabertura das negociações. “Vem para essa luta, que é nossa. Precisamos forçar os banqueiros a se sensibilizarem e apresentarem uma proposta, no mínimo, decente. O que apresentaram está longe de ser algo que se compara aos lucros que eles têm.”

Adilson, também empregado da Caixa, destacou os resultados dos cinco maiores bancos (BB, Caixa, Itaú, Bradesco e Santander) no primeiro semestre deste ano. Juntos, eles somam R$ 36,3 bilhões, um crescimento de 27,3% em relação ao mesmo período do ano passado.

“Esta é uma forma de arrancar uma negociação mais séria por parte da Caixa e de forçar o banco a negociar e olhar para o que está acontecendo. Estamos buscando um aumento real e não aceitamos o que foi oferecido, pois não atende à categoria”, confirmou a secretária de Mulheres do Sindicato, Helenilda Cândido.

Secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Wescly Queiroz, disse que tão logo a Fenaban ofereça a proposta, o Sindicato irá submetê-la à apreciação da categoria. “Esperamos que essa proposta, de fato, venha atender aos nossos anseios. Nós, bancários, merecemos melhorias nas condições de trabalho e reconhecimento pelo trabalho que realizamos”, destacou o dirigente, ao cobrar uma proposta do Banco do Brasil.

Rosane Alves
Do Seeb Brasília