Fetec-CUT/CN: 25 anos de história, um legado para o futuro dos bancários

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Palco de diversas atividades nesta semana, o foyer e o Teatro do Sindicato se transformaram mais uma vez, na sexta-feira (30), num festivo cenário de comemoração dos 25 anos de lutas e conquistas da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).

O evento contou com o lançamento de um selo comemorativo; homenagem a todos os presidentes da Fetec, desde a sua fundação, em 1990; e a entrega de um relicário às pessoas que participaram da festa. Na cerimônia, além dos painéis com fotografias históricas da Federação, que chamaram a atenção de quem circulava pelo foyer, foi exibido um vídeo com a narrativa em imagens da trajetória da entidade.

A alegria pelas conquistas alcançadas foram o forte da cerimônia, marcada pelo discurso de várias autoridades, entre elas o presidente da Fetec, José Avelino Barreto Neto; os ex-presidentes da federação, Leoni Teresinha Phlippsen, Orency Francisco da Silva, Sônia Maria Rocha e Valfran Miguel dos Anjos; os presidentes Eduardo Araújo (Sindicato dos Bancários), Rodrigo Britto (CUT-DF), Carlos Cordeiro (Contraf/CUT); o secretário de organização da CUT Nacional, Jacy Afonso, e a deputada federal Erika Kokay (PT-DF).

De forma consensual, as manifestações da mesa reconheceram a unidade e a força da Fetec-CUT/CN, que reúne 13 entidades localizadas numa abrangente região: Mato Grosso, Goiás, Rondônia, Acre, Roraima, DF, Pará e Amapá. Para reforçar esta unidade e em reconhecimento ao trabalho desenvolvido, além dos representantes das entidades que compõem a federação, prestigiaram representantes de diversas entidades sindicais.

Numa fala que exaltou a alegria de fazer parte da construção do sindicalismo brasileiro, a deputada Erika Kokay reconheceu o papel da federação. “A Fetec nasceu movida pela solidariedade de classe, cheia de anseios de liberdade, teimosia, apostando na construção de uma sociedade justa. É preciso ter respeito à Federação, pois aqui existe história. Uma história que não se vende e não se quebra”. A deputada também desejou vida longa à entidade na defesa da categoria bancária. “Sabemos da dor e da delícia de ser um trabalhador brasileiro. O que a vida nos exige é coragem. E coragem a Fetec tem”.

 Patrimônio de lutas

À frente da Fetec desde 2011, José Avelino agradeceu ao Sindicato dos Bancários de Brasília por ceder o espaço para realizar o evento e destacou o seu apoio na fundação da Federação. “A Fetec chega aos seus 25 anos cada vez mais forte e unida pelos valores e compromissos forjados por esta diretoria e por todas que nos antecederam. Este é um momento de comemoração, de resgate da nossa história e de retomar a nossa agenda, que tem como próximo compromisso a eleição no Sindicato dos Bancários de Campo Grande”, registrou.

Para o fundador da entidade, Valfran Miguel dos Anjos, reconhecidamente a memória viva da federação, o clima é de festa. “A vida não tem sentido se não for assim. Neste clima, quero fazer uma revoada afetiva ao passado, quando estabelecemos princípios, visões e uma programação que produziu e produz muitos frutos. A história da Federação nasce do sonho dos trabalhadores”. Num outro enfoque, Valfran destacou a dificuldade da situação atual para o sindicalismo. “É um momento bastante delicado, que tem desafiado as organizações. Mas a Fetec, como uma semente de mostarda, cresceu e formou uma árvore frondosa com muitos sonhos. Essa característica faz a diferença, pois alimenta as nossas lutas futuras”, concluiu.

Orenci Francisco da Silva, presidente da Fetec por dois mandatos (de 1993 a 1999), se lembrou dos acontecimentos desde 1983, da força e do compartilhamento entre os companheiros de luta. “Temos que continuar contribuindo, com garra, não só para o crescimento da nossa entidade, mas para que outras lutas e ideais sobrevivam”, destacou.

Também presidente por dois mandatos (de 1999 a 2005), Leoni Teresinha Phlippsen resgatou os momentos difíceis da Fetec desde a realização do primeiro congresso da entidade. “A luta sindical passou por muitas dificuldades, de política a financeira. Isso influenciou bastante no dia a dia da Fetec, nos impedindo de participar mais intensamente dos movimentos dos bancários e sociais”. À geração nova de sindicalista, Leoni deixou um recado. “Meu conselho para quem está começando é que não é preciso seguir todos os passos e exemplos dos mais antigos. Vocês têm muito a contribuir com novas experiências e vivências”.

Sônia Maria Rocha, que também ficou na presidência da instituição por dois mandatos (de 2005 a 2011), disse que é preciso passar adiante esta história, que foi construída com muita disposição. “Matava-se um leão à unha todos os dias. Esta luta não acabou, por isso conclamo a todos, antigos e novos, para continuar a trabalhar e a ajudar a contar novas histórias de construção do nosso país”.

Legado para o futuro

Com tanta história lançada à mesa, o momento foi uma excelente oportunidade para vislumbrar o futuro. O presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília, Eduardo Araújo, que iniciou no movimento sindical como representante da Fetec na Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, lembrou o papel fundamental que a Federação tem na vida da categoria bancária.

“No dia a dia, afogados pelas demandas, não percebemos o valor da Federação, que tem uma base regional imensa e poucos recursos para atender as demandas pelas quais é responsável. Precisamos resgatar sua importância e história, que é muito bonita. Devemos ter orgulho desta herança e desse patrimônio. É um legado insubstituível, fonte de vida e de inspiração, que deve ser trabalhado para as futuras gerações”, recomendou Araújo.

O presidente da CUT-DF, Rodrigo Britto, falou do fortalecimento dos princípios dos trabalhadores e sindicalistas. “Acredito no nosso ideal. Tenho certeza de que podemos construir uma sociedade cada vez melhor”. Ele também destacou que a Fetec é marcada por sua capacidade de unir. “A Federação é uma luz no fim do túnel para resgatar os princípios da classe trabalhadora”, definiu Britto, que registrou a parceria entre a Fetec e a CUT-DF e homenageou a instituição com uma placa comemorativa.

Em uma alusão à luta contra a ditadura militar, o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, disse que a noite foi de reflexão e de reconhecimento ao empenho de muitas pessoas, o que possibilitou a implantação dos movimentos sindicais e sociais. “A unidade da Federação foi forjada com muito diálogo e com base nos princípios da CUT. A Fetec nasceu com o objetivo de organizar a classe trabalhadora para construir uma sociedade justa, igualitária e fraterna, voltada para a eliminação da injustiça”. Cordeiro registrou, ainda, o trabalho do atual presidente: “A sola do sapato é a marca do Avelino, que tem coragem e ousadia para trabalhar pela construção e manutenção desta unidade. Valeu a pena lutar por vocês e com vocês”.

Ainda destacando a unidade da Fetec, o secretário de Organização da CUT Nacional, Jacy Afonso, disse que a classe sindical precisa ter cuidado e atenção para perceber as mudanças que estão acontecendo e trabalhar para que não haja acomodação diante dos acontecimentos. “Precisamos deixar a zona de conforto e sair para o enfrentamento. Se não for assim, colocaremos em risco nosso contrato coletivo nacional (de trabalho), conquistado a duras penas. Esse Jubileu de Prata é um momento histórico, não só de comemoração, mas um marco para iniciar a construção da história da categoria para os próximos 25 anos”, finalizou.

Rosane Alves
Do Seeb Brasília