Fenaban não traz proposta; negociação continua terça e só acaba com proposta decente

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Contradizendo o compromisso assumido na entrega da pauta de reivindicações, dia 13 de junho, de que pretendiam concluir um acordo com rapidez, os bancos mais uma vez frustraram a expectativa dos bancários e não apresentaram nenhuma nova proposta na rodada de negociação desta sexta-feira 17 – a sétima da Campanha Nacional 2018. Diante da cobrança do Comando Nacional dos Bancários, ficou acertado que as negociações continuarão na terça-feira 21 e só serão encerradas quando houver uma proposta de acordo ou se chegarem a um impasse, para, em qualquer dos casos, ser submetido à decisão das assembleias da categoria em todo o país.

“Na próxima semana deverão ser esgotadas a negociação geral e também as específicas, portanto os bancos devem apresentar um proposta para que possamos definir os próximos rumos da campanha. O respeito à categoria é a nossa primeira exigência e não vamos negociar com chantagens ou ameaças. A nossa convenção e os nossos acordos não foram dados e não serão retirados por uma reforma ou resoluções de um governo golpista”, enfatiza Eduardo Araújo, presidente do Sindicato e integrante do Comando Nacional.  

O Comando convoca semana nacional de luta a partir da segunda-feira dia 20, para pressionar os banqueiros a apresentarem uma proposta global que contemple as reivindicações da categoria.

Os representantes dos bancários abriram a reunião informando que a proposta da Fenaban apresentada no dia 7 de agosto, de apenas repor a inflação sobre todas as verbas salariais, foi rejeitada por unanimidade nas assembleias de todas as bases sindicais do país, por considerá-la incompleta e insuficiente, uma vez que não contemplava aumento real nem proteção ao emprego, manutenção das conquistas da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), melhores condições de trabalho, mais segurança e igualdade de oportunidades.

Levantamento feito pela consultoria Economatica mostra que, enquanto os demais setores da economia perdem com a crise, os bancos seguem lucrando. Dos 26 setores avaliados, seis tiveram prejuízo. E o mais lucrativo foi o bancário, que fechou o segundo trimestre de 2018 com R$ 17,6 bilhões contra R$ 15,2 bilhões em 2017, crescimento de 15,57% ou R$ 2,37 bilhões (o levantamento é apenas entre empresas com ações na bolsa, portanto, não foi levado em conta o lucro da Caixa).

As principais reivindicações dos bancários

˃ Aumento real de 5%.

˃ PLR de três salários mais R$ 8.546,64 fixos para todos.

˃ Pisos salariais:

˃ R$ 3.747,10 para portaria, contínuos, serventes e escritório.

˃ R$ 5.058,59 para caixas, operadores de atendimento, empregados de tesouraria, analistas de crédito e os que efetuam pagamentos e recebimentos.

˃ Primeiro comissionado: R$ 6.370,07 (incluindo gratificação de função).

˃ Primeiro gerente e técnico de TI: R$8.430,98 (incluindo gratificação de função).

˃ Assinatura de pré-acordo para estender a validade da Convenção Coletiva (que expira em 31 de agosto) até que novo acordo seja firmado, garantindo assim a manutenção de todos os direitos da categoria.

˃ Melhores condições de trabalho, com o fim das metas abusivas e do assédio moral que adoecem os bancários.

˃ Emprego: fim das demissões, mais contratações, fim da rotatividade e combate às terceirizações e ratificação da Convenção 158 da OIT, que coíbe dispensas imotivadas.

˃ Vales alimentação, refeição, 13ª cesta e auxílio-creche/babá: R$ 954,00 (salário mínimo nacional).

˃ Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) para todos os bancários, garantindo salários iguais para as mesmas funções, preservando a isonomia salarial.

˃ Auxílio-educação: pagamento para graduação e pós.

˃ 14º salário.

˃ Prevenção contra assaltos e sequestros: permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários, como determina a legislação. Instalação de portas giratórias com detector de metais na entrada das áreas de autoatendimento e biombos nos caixas. Abertura e fechamento remoto das agências, fim da guarda das chaves por funcionários.

˃ Igualdade de oportunidades: fim às discriminações nos salários e na ascensão profissional de mulheres, negros, gays, lésbicas, transsexuais e pessoas com deficiência (PCDs).

Da Redação com Fetec-CUTCN e Contraf-CUT