Fantasma da privatização volta a rondar a Caixa

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Quem viveu sob os oito anos do nefasto governo neoliberal de Fernando Henrique Cardoso na década de 90 vai se lembrar: nunca na história do país se lançou mão de artilharia tão pesada para entregar nas mãos da iniciativa privada o patrimônio do povo brasileiro.

O símbolo maior dessa política entreguista foi a privatização de empresas do porte da Vale do Rio Doce (bem abaixo do seu valor de mercado), aliada às investidas contra a Petrobras, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal – numa campanha suja cujo apoio da chamada grande imprensa foi tão estratégico quanto fundamental no trabalho de “convencimento” da opinião pública.

É o mesmo enredo a que assistimos hoje, com a diferença de que a ação da “mão invisível do mercado” vem se dando de forma mais escancarada em seus interesses.

Grandes veículos de comunicação voltaram a estampar manchetes em letras garrafais colocando sob suspeição a administração das empresas públicas por parte do Estado. A Caixa Econômica Federal é a bola da vez.

Parte da estratégia, a imprensa lança mão de uma linguagem que mais confunde do que esclarece, valendo-se da opinião de “especialistas” que na verdade estão a serviço de interesses privados. O combate à corrupção também aparece como elemento justificador.

Está pavimentado assim, grosso modo, o caminho para a privatização.

Para que isso fique ainda mais claro, basta acessar o programa do governo Michel Temer, “A Ponte para o Futuro”, que entre outras coisas defende abertamente a privatização.

Todos sabemos como termina essa história. O que está em jogo é o caráter público da Caixa e os direitos dos seus empregados. A empresa exerce hoje papel fundamental num sistema que funciona unicamente para gerar lucro a qualquer custo. A cargo dela está a gestão de recursos de importantes programas sociais, que levaram oportunidade a quem mais precisa. É isso que querem destruir.

Caixa, Banco do Brasil, BNDES, Petrobras estão mais uma vez na mira desse tipo de projeto neoliberal que afundou o Brasil e o mundo anos atrás. Não se engane: os direitos dos trabalhadores vão a reboque.

Renato Alves
Do Seeb Brasilia