Família de gerente do Bradesco é feita refém em Araçoiaba da Serra

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A gerente da agência central do Bradesco de Araçoiaba da Serra e seus familiares ficaram rendidos por oito sequestradores entre a noite de quarta-feira e a manhã de ontem. O bando, fortemente armado com fuzis, exigia o saque de R$ 200 mil.

A mulher foi abordada quando chegava em sua casa em Itapetininga. Enquanto ela se dirigia ao banco para fazer o que lhe havia sido determinado pelos criminosos, o marido, a filha de 11 anos, o sogro e a sogra eram levados para um matagal em Capela do Alto.

O estado emocional da gerente foi o que levantou suspeita entre os colegas de trabalho, que então acionaram a Polícia Militar. Tanto a gerente como os familiares não sofreram nenhuma agressão física. Os criminosos fugiram e a polícia não descarta, pela forma de ação, que a quadrilha seja especializada nesse tipo de crime e que conheça muito bem a região. A ação policial em frente ao banco, no centro de Araçoiaba da Serra, movimentou a cidade, atraindo muitos curiosos.

De acordo com as informações passadas pelo capitão Sandro Moreira Alves, coordenador operacional do 40º Batalhão da Polícia Militar do Interior (40º BPM/I), que comandou os serviços, a gerente, residente em Itapetininga, foi rendida pela quadrilha quando já estava perto da casa, por volta das 19h de quarta-feira(22). Os homens, em torno de oito, passaram toda a noite junto dos familiares da gerente.

Enquanto a gerente se dirigia ao banco no município vizinho para resgatar o valor mínimo de R$ 200 mil, sua família era levada para um matagal em Capela do Alto. Embora a gerente tenha chegado sozinha na agência situada na rua 7 de Setembro, a fim de não chamar a atenção para nenhuma irregularidade, os sequestradores a haviam dito que ela estaria sendo seguida, e caso não efetuasse o plano, sua família poderia ser morta.

A ameaça de um possível fim trágico para a família da gerente teria sido a única agressão, de ordem psicológica, promovida pelos criminosos durante todo o tempo em que ficaram com as vítimas. Isso porque, conforme destacou o oficial, informações passadas pela gerente davam conta de que os sequestradores, armados com fuzis e usando capuz, se mostravam bastante calmos, como quem já tinha tudo esquematizado para concretizar o plano, estabelecendo inclusive o prazo máximo das 11h30 para a entrega do dinheiro ao bando. Plano esse que deu errado devido ao estado emocional da funcionária do Bradesco, que por se mostrar nervosa, acabou chamando a atenção dos colegas de trabalho, que suspeitando de que algo grave estivesse ocorrendo, acionaram a Polícia Militar.

Assim que a PM foi acionada, mobilizou equipes locais e de Salto de Pirapora, Iperó, Sorocaba, Votorantim e Capela do Alto, além do apoio do helicóptero Águia, da Policia Militar. Até mesmo uma equipe do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), que estaria em Sorocaba promovendo um curso para os policiais do 7º BPM/I, deu apoio à ação. Com a varredura das equipes da PM pelas rotas de fuga e da presença do helicóptero Águia, os criminosos suspeitaram de que o sequestro havia dado errado e decidiram fugir, abandonando a família da gerente.

Especializada

Para o capitão Sandro, a forma de ação da quadrilha, que em todo momento teria se mantido tranquila, demonstra se tratar de criminosos especializados e provavelmente até conhecidos nos meios policiais da região, embora o uso de capuz também possa ter a finalidade de apenas dificultar a investigação.

Entretanto, o oficial não descarta que a quadrilha conheça muito bem a região, pois teria se movimentado muito bem entre as cidades vizinhas, passando por Itapetininga, Capela do Alto e Araçoiaba da Serra. Até o fechamento dessa edição policiais militares permaneciam em diligências para a captura do bando, que teria agido com o uso de pelo menos dois veículos, dos quais um seria um Gol prata.

Movimentação

Com a chegada das viaturas da Polícia Militar e também da Guarda Municipal na agência central do Bradesco de Araçoiaba, muitas pessoas passaram a se concentrar na frente das lojas e nas esquinas, querendo saber o que realmente acontecia. Por conta disso, não tardaram a surgir comentários de que a gerente estaria dentro do banco em poder dos sequestradores, bem como os demais funcionários estariam sendo feito reféns.

O comerciante Edson Gentil Camargo e o vendedor Rafael Ferreira, que inclusive trabalha numa loja em frente ao banco, admitiram que os comentários eram variados, mas que giravam mesmo em torno do sequestro da família de uma gerente do banco.

Para facilitar o trabalho policial, o tráfego pela rua 7 de Setembro ficou interditado a partir do quarteirão de cima da agência, sendo liberado apenas após o desfecho que contou com a liberação da família e a ida da gerente até a Delegacia Central de Araçoiaba da Serra, onde o delegado Irani Smasgz Barros, registraria o caso como sequestro. A agência bancária, que se manteve isolada durante a ocorrência, voltou a funcionar em torno do meio-dia.

Fonte: Cruzeiro do Sul/ Adriane Mendes