Executivo resolve não cancelar compras de motos BMW a bombeiros do DF

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Assim como o Departamento de Trânsito, o Corpo de Bombeiros adquiriu motocicletas da marca alemã, por meio de licitação

A compra de motocicletas importadas virou rotina no Governo do Distrito Federal (GDF). O Corpo de Bombeiros também fez uma licitação para adquirir 10 motos da marca BMW, no valor de R$ 38 mil cada, e aguarda a entrega. A expectativa é de que elas cheguem à corporação até maio. No entanto, ao contrário do que ocorreu com o Departamento de Trânsito (Detran) (leia Memória), desta vez, o Executivo garantiu que o processo não será suspenso, pois houve licitação, a concorrente apresentou o menor preço, e a compra está de acordo com a necessidade dos bombeiros. Além disso, o GDF entendeu que os veículos pedidos têm características semelhantes à frota da autarquia.
 
Em 30 de setembro do ano passado, no primeiro ano de mandato do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), o Corpo de Bombeiros publicou no Diário Oficial do Distrito Federal o processo do pregão eletrônico para registro de preço. A princípio, a intenção era comprar 30 unidades. Por fim, a corporação pediu 10. O valor total ficou em R$ 380 mil. No documento, o diretor de Contratações e Aquisições dos bombeiros publicou os valores de cada unidade, conforme a ata de preço.
 
O modelo da motocicleta escolhida é G 650 GS, diferente da do Detran, a F 800 GS. Pela tabela Fipe, a primeira custa R$ 29.233, enquanto a segunda alcança R$ 47.370. A principal diferença está na potência. O motor da G 650 GS é monocilíndrico, de 652cm³ e cinco marchas. A outra tem motor de dois cilindros, com 798cm³, e câmbio de seis marchas. O valor da que o Detran queria comprar é 62,4% (R$ 18.137) maior do que o preço da do Corpo de Bombeiros.
 
Embora tenha pedido os veículos em janeiro, o pagamento só será realizado quando as motocicletas forem entregues, após uma conferência. O prazo estimado é de 120 dias, ou quatro meses, a contar de janeiro. Sendo assim, a previsão é de que as motos cheguem à corporação em maio.
 
Em nota, o Corpo de Bombeiros informou que realizou, em julho de 2015, uma licitação para a substituição dos veículos usados para a atividade de motorresgate. A corporação explicou que participaram da concorrência quatro empresas, com veículos BMW e Yamaha. “A vencedora, a BMW do Brasil, ofertou a G 650 GS pelo preço final de R$ 38 mil, completa, com todos os acessórios, sinais, alertas sonoros e visuais que atendem às especificações de uma viatura de emergência do Corpo de Bombeiros”, detalhou.
 
De acordo com a corporação, a compra atende ao princípio da economicidade, respeitando os critérios da administração moderna. O Corpo de Bombeiros esclareceu que a frota em atividade é utilizada desde 2010 e, devido ao uso severo, será renovada. “A moto BMW é montada na Zona Franca de Manaus, o que também está de acordo com as premissas do processo licitatório de aquisição de bens em dar preferência aos produtos nacionais”, acrescentou.
 
Necessidade
O professor do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB) José Matias-Pereira analisa que, para determinado tipo de serviço, é necessário ter um equipamento compatível de trabalho. “Não precisa necessariamente ser BMW, mas que seja uma motocicleta que cumpra todas as funções e, eventualmente, se ela for barata e o sistema de manutenção, de boa qualidade. O que precisa ser colocado é que não adianta, na administração pública, comprar uma moto pelo preço. Se constatar que eles vão melhorar a qualidade do serviço, sempre pensando na sociedade, é importante verificar outros similares com as mesmas características.”, explica o especialista.
 
Para o professor do Departamento de Economia da UnB Roberto Piscitelli, a moto é mais eficaz na política de segurança pública, em razão da mobilidade e da facilidade no trânsito urbano. No entanto, para ele, à primeira vista, aparenta ser um exagero a aquisição da marca BMW. “Com a motocicleta, chega-se mais próximo do que está acontecendo. Não discuto o meio de transporte, mas, quanto ao tipo de moto, colocam-se alguns pontos de interrogação. O preço unitário parece elevado. Aparentemente, haveria alternativas e não me parece que fosse necessária uma BMW”, considerou.
 
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Fonte:Correio Braziliense