Estudantes são detidos em protesto contra reorganização escolar em SP

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Quatro pessoas (dois adolescentes e dois adultos) foram detidas na manhã desta quarta-feira (2), durante um protesto contra a reorganização escolar estadual, na avenida Dr. Arnaldo, região central da capital paulista. Sentados como se fosse uma sala de aula, os manifestantes interditavam as quatro faixas da via, no sentido centro, e foram retirados à força pela Polícia Militar. A avenida foi liberada por volta das 9h. Os jovens detidos serão levados para o 23º Distrito Policial, no bairro da Pompeia.

Mais cedo, outro grupo de estudantes fechou a avenida Giovanni Gronchi, na zona sul da cidade. De acordo com a CET (companhia de Engenharia de Tráfego), o bloqueio durou aproximadamente 15 minutos. Não houve confronto com a polícia no local.

O governo de São Paulo publicou ontem, no Diário Oficial do estado, o decreto que autoriza a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar, que fechará 93 unidades de ensino em todo o estado e afetará 311 mil alunos. O objetivo é separar as escolas por ciclos, entre os anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio.

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Detidos ontem

No final da tarde de ontem (1º), quatro jovens foram detidos e encaminhadas ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, após outro protesto contra a reorganização, que interditou a avenida 9 de Julho, na região central de São Paulo.

Durante a manifestação, os alunos bloquearam por quase três horas as duas pistas da avenida 9 de Julho. Por volta das 21h, quando a polícia tentou liberar o trânsito na avenida, houve confusão. Os policiais jogaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra os manifestantes. Para impedir o avanço da tropa, os alunos fizeram barricadas com sacos de lixos e caixas de papelão.

A Polícia Militar informou que “precisou do uso da força” para liberar a via e, com isso, foram usadas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os estudantes. Os quatro detidos foram liberados na madrugada de hoje.

Protestos

Desde o anúncio da reorganização da rede estadual de ensino, alunos, pais e professores tem realizado protestos em vários pontos do Estado. Desde o início de novembro, cerca de 200 escolas foram ocupadas por estudantes e movimentos sociais. Nesta semana, manifestantes ocuparam duas vezes a marginal Tietê. Na segunda-feira, foi a vez do cruzamento das avenidas Faria Lima e Rebouças.

No domingo (29), o chefe de gabinete da Secretaria da Educação, Fernando Padula, se reuniu com dirigentes regionais de ensino para convocar um mutirão de visitas às escolas ocupadas no Estado, que deveria ser realizado a partir desta segunda-feira. Segundo o áudio da reunião, que vazou e foi publicado nas redes sociais, o objetivo seria convocar pais e alunos para tentar desmobilizar o movimento.

Fonte: Uol e Agência Brasil