Escravidão infantil é tema do filme Menino 23, que o Sindicato exibirá no dia 13 de março

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O Sindicato vai exibir Menino 23 – Infâncias Perdidas no Brasil, seguido de debate, no dia 13 de março, às 19h, no Teatro dos Bancários. Estarão presentes a produtora do filme, Rossana Giesteira, e a pesquisadora-líder do Odara – Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Identidade e Diversidade, Jaqueline Gomes de Jesus, que atuará como debatedora.

Bancários e bancárias estão convidados a assistirem o documentário que ajuda a entender a complexidade do racismo no Brasil.

Menino 23 retrata a escravidão de crianças por simpatizantes do nazismo. Com direção de Belisário Franca, conta a história real de meninos negros que foram levados de um orfanato do Rio de Janeiro, nos anos 30, para uma fazenda no interior de São Paulo. Lá, eles trabalhavam sem remuneração, ou seja, eram escravizados mais de quatro décadas depois da Abolição da Escravatura.

A fazenda em questão pertencia à família Rocha Miranda, uma das mais poderosas da época. A família era dona de bancos, empresas de transporte, hotéis de luxo e propriedades rurais. Segundo as pesquisas, fazia parte do ultraconservador movimento integralista brasileiro e mantinha relações estreitas com os nazistas.

Flerte com o nazismo

O documentário acompanha o minucioso trabalho do historiador Sidney Aguillar. E assombra por resgatar um passado que o Brasil enquanto nação se esforça para esquecer: o flerte indisfarçado com o nazismo e demais regimes totalitaristas em voga na primeira metade do século XX.

Em entrevista, o diretor Belisário Franca explicou que seu filme é sobre o passado, toca no presente e olha para o futuro. “Hoje no século XXI, o menino é assassinado pela polícia. As permanências estão aí. A naturalização daquelas práticas ainda está presentes.” 

Menino 23 também será exibido e debatido no Conselho Federal da OAB, no dia 13, às 14h; e no Instituto Federal de Brasília (IFB), da Asa Norte, no dia 14, às 19h.

Mais sobre a debatedora

Jaqueline de Jesus é professora de Psicologia do Instituto Federal do RJ (IFRJ) e doutora em Psicologia Social e do Trabalho pela UnB, com pós-doutorado pela Escola Superior de Ciências Sociais da Fundação Getúlio Vargas (CPDOC/FGV Rio). Ela foi assessora de diversidade e apoio aos cotistas e coordenadora do Centro de Convivência Negra da UnB.

A debatedora também autora das publicações sobre gestão de diversidade e ações afirmativas, como o artigo “Oliveira Silveira na UnB: Memória Coletiva e Políticas de Inclusão Racial” e o livro “O que é Racismo”.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília