Atacar a organização sindical e enfraquecer o processo de negociação coletiva foi alvo da reforma trabalhista.
Permitir a negociação individual e abrir a hipótese de que os sindicatos não podem representar os não sócios é parte de uma estratégia antiga para dividir e diminuir os direitos e o poder de negociação da categoria.
Para fazer frente aos banqueiros, um dos setores mais poderosos da economia, se faz necessário acumular recursos e utilizar todas as formas de fonte de custeio das atividades sindicais.
Assim buscamos deliberar sobre uma nova contribuição decidida pelos trabalhadores sem intervenção dos patrões ou do Governo.
Contribuição negocial é uma resposta dos trabalhadores à reforma trabalhista
O assunto foi debatido nos congressos regionais e nacionais dos bancários realizados pelas entidades sindicais no primeiro semestre deste ano, que deliberaram pela inclusão de proposta de cláusula específica na minuta de reivindicações entregues aos bancos e que foram – ou estão sendo – objeto de negociação dentro da Campanha Nacional 2018 (leia nos links abaixo).
- 11ª Conferência dos bancários do Centro Norte aprova propostas para a Campanha Nacional 2018
- Bancários definem reivindicações e entregam pauta aos bancos dia 13
- Confira a minuta de reivindicações aprovada pelos bancários e entregue à Fenaban
Na assembleia de deliberação da minuta o tema foi aprovado por unanimidade pelos trabalhadores.
É a seguinte a redação aprovada na Conferência Nacional dos Bancários:
Contribuição negocial
Será descontado de todos os trabalhadores da categoria, sócios e não-sócios, contribuição negocial em percentual único e igual para todas a entidades sindicais, sem direito de oposição individual. Ficou definido percentual estabelecido para fins de cobrança de 1,5%, que incidirá sobre o salário do mês seguinte à assinatura do acordo, em uma única vez, e também sobre a PLR.
Como é a regra
• 1,5% que incidirá sobre a remuneração bruta • Piso: mínimo R$ 50 • Teto: R$ 250 • PLR: 1,5% que incidirá sobre cada uma das parcelas • Teto: R$ 210
Custeio das campanhas
Como todos sabemos, para além de seu funcionamento de rotina para atender os bancários, está a cargo dos sindicatos a realização da campanha salarial, que constitui um dos principais momentos da luta da categoria – que é quando é organizada toda a logística para a luta pela renovação do acordo de trabalho. Isso implica custos que muitas vezes ultrapassam o limite orçamentário das entidades.
Os resultados dessa luta são convertidos em conquistas, usufruídas por todos os trabalhadores, sejam sindicalizados ou não, amparados por um Convenção Coletiva válida em todo o país e que é referência para o conjunto dos trabalhadores pelos avanços ali contidos.
Bancários sindicalizados
Considerando que o bancário sindicalizado já contribui mensalmente com a entidade, será convocada uma assembleia específica para prestar contas, debater e deliberar sobre os recursos, avaliando-se até a possibilidade de redução temporária no valor das mensalidades.
Da Redação