Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC prioriza luta por emprego e melhores condições de trabalho

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Bancários do HSBC se reuniram no Encontro Nacional dos Funcionários do HSBC, nos dias 15, 16 e 17 de maio, em Curitiba, para definir sua pauta de reivindicações específicas. O Sindicato participou do encontro, que entre outros pontos aprovou como prioridades a luta em defesa do emprego e de melhores condições de trabalho.   

Além da discussão da pauta específica, os trabalhadores também fizeram um protesto em frente ao Palácio Avenida, sede do banco inglês no Brasil, contra a política de recursos humanos da empresa e contra as demissões.

Os participantes do encontro utilizaram a manifestação para dialogar com a população e os bancários e denunciar as dificuldades enfrentadas pelos funcionários do HSBC no Brasil. Eles destacaram o desrespeito da diretoria do banco em não tratar seriamente as negociações coletivas.

Os trabalhadores reclamam que o HSBC não negocia com seriedade a pauta apresentada e os problemas só se agravam. Tem sido assim com o Programa de Participação nos Resultados (PPR), que é o pior dentre todos os bancos. Além disso, o banco fez alterações unilaterais no plano de saúde, na previdência complementar e não investe na contratação de mais funcionários.

“O banco vai ter que discutir nossas propostas por mais contratações e pela valorização do seu corpo funcional. Estamos mobilizados parar arrancar do banco o atendimento de nossas justas reivindicações”, afirma o diretor do Sindicato Raimundo Dantas, que participou do encontro.

Demissões x altos lucros

Ao invés de atender as reivindicações dos trabalhadores por mais contratações, o banco vem eliminando postos de trabalho. Em 2012 foram 1.002 cortes em todo o país. Somente no mês de março de 2013 houve mais de 40 demissões.

“Os funcionários que ficam trabalhando não suportam a pressão, principalmente pelo cumprimento de metas cada vez mais abusivas, e o estresse e acabam adoecendo. Muitos estão tomando medicamentos tarja preta, e os que não suportam as péssimas condições de trabalho estão pedindo demissão”, destaca Raimundo Dantas.

“No dia 15 de maio, o CEO global do HSBC, Stuart Gulliver, que recebeu R$ 16,2 milhões em bônus pelo resultado produzido pelos bancários, anunciou mais um corte de 14 mil funcionários em todo o mundo, como forma de aumentar a rentabilização e o pagamento de dividendos aos acionistas, apesar do lucro global no primeiro trimestre de 2013, de US$ 6,35 bilhões, já ser o dobro do mesmo período do ano passado”, completa Miguel Pereira, secretário de Organização do Ramo Financeiro da Contraf-CUT.

Terceirização

Dirigentes sindicais presentes ao encontro denunciaram a política do HSBC de terceirização. O banco tem investido em mais terceirização com utilização indevida de jovens aprendizes, correspondentes bancários e contratos temporários para algumas funções, como os ‘hunters’.   empresa também criou um modelo de compartilhamento de unidades, no qual um gerente operacional fica responsável por até três unidades.

Nesse sentido, entre as reivindicações dos trabalhadores está a melhoria das condições de trabalho, como a modernização do sistema utilizado pelo banco. O programa operacional da instituição é obsoleto, gera demora nos procedimentos e falhas operacionais.   

“Basta!” é a palavra de ordem

Para dar resposta a esse verdadeiro cenário de filme de terror a que estão submetidos os funcionários do HSBC no Brasil, o Encontro Nacional aprovou o lançamento de uma campanha nacional, com a palavra de ordem “Basta!”, que terá peças publicitárias abordando a questão do emprego e procurando dialogar com trabalhadores, clientes, usuários e governo federal.

Também foi aprovada a retomada dos Grupos de Trabalho (GT) para a formulação e encaminhamentos das questões relacionadas à remuneração (criação de uma proposta de PCCS); Saúde e Previdência Complementar.

A participação dos bancários brasileiros também na Jornada Continental de Lutas, convocada pela UNI Américas para junho, é outra atividade considerada fundamental, pois somente no Brasil há a figura da rotatividade, que serve apenas para reduzir os custos com mão de obra das empresas de um modo geral, expelindo os bancários no auge de sua produtividade.

Outro ponto aprovado é a necessidade de formalização das demais conquistas obtidas nos últimos anos, como fruto da luta dos bancários do HSBC, mas que não possuem nenhum acordo específico assinado.

A Contraf-CUT convocará para os próximos dias os integrantes da COE HSBC para encaminhar a pauta discutida e aprovada pelos participantes e agendar a data da entrega ao banco.

Da Redação com Contraf-CUT e Seeb Curitiba