Empregados da Caixa protestam contra desrespeito e por valorização nesta terça (29)

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Seguindo as determinações do 26º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa (Conecef), os funcionários organizam mobilização em nível nacional nesta terça, dia 29. Por todo o país, os trabalhadores e seus sindicatos realizarão manifestações.  Em Brasília, estão programadas atividades com objetivo de reivindicar uma proposta justa de PCS/PFG, a jornada de 6h sem redução de salário, pagamento de 7ª e 8ª horas, novas contratações, devolução do desconto por dias parados e reconquista de alguns direitos.

Como preparação para o Dia Nacional de Lutas, os sindicatos e entidades estão sendo orientadas a realizar reuniões e debates nos locais de trabalho.

“Faz dois meses que ocorreu a última reunião entre a Caixa e a Comissão Executiva de Empresa. A direção da empresa, que vinha mantendo-se intransigente na mesa permanente de negociação, sem promover avanços, continua sem mostrar nada de concreto para as reivindicações da categoria. É contra esse descaso, o não cumprimento de acordos e a falta de valorização dos empregados que iremos protestar”, explica Enilson da Silva, diretor do Sindicato.

O polêmico Plano de Funções Gratificadas, o PFG, segundo os representantes da Caixa informaram na última reunião em abril, estaria sob avaliação dos Ministérios da Fazenda (MF) e do Planejamento a fim de adequar as exigências dos funcionários ao orçamento da União. A Caixa prometeu voltar a negociar o PFG no mês seguinte, mas não cumpriu a palavra.

Quanto à redução de jornada de oito para seis horas, a Caixa manteve-se irredutível. Uma das condições impostas pela empresa para implantação do novo PFG é justamente a redução de jornada com redução proporcional de salários para cargos técnicos e de assessoramento, o que é inaceitável para os dirigentes sindicais.

“A Caixa fechou acordo com a categoria para contratação de 5 mil novos empregados. Só que centenas de concursados continuam na espera, enquanto as agências seguem abarrotadas de clientes e usuários e os funcionários sobrecarregados. Queremos também que a Caixa devolva o dinheiro referente aos dias parados em 2008 descontado indevidamente”, declara José Herculano, o Bala.

“Outros pontos em discussão são a recuperação do direito ao anuênio (adicional por tempo de serviço) e à licença-prêmio para os funcionários contratados após 1998. esse problema surgiu na esteira das modificações criadas pelo governo FHC. Entretanto, nos últimos anos, várias das diferenças de tratamento entre antigos e novos funcionários foram eliminadas pelo processo de luta da categoria”, esclarece Enilson Cardoso, funcionário da Caixa e diretor do Sindicato.

Em 2003, os chamados “novos” passaram a ter direito ao parcelamento do reembolso e ao adiantamento das férias, além de passarem a receber as APIP’s. Em 2006, o novo plano de previdência da Funcef passou a tratar da mesma forma todos os empregados da Caixa. Em 2008, as tabelas do Plano de Cargos e Salários, PCS, passaram a ser as mesmas para todos os funcionários. “Já conquistamos muitos direitos de volta. Falta reconquistar o anuênio (adicional por tempo de serviço) e a licença-prêmio para os novos. E será na continuidade da luta”, ressalta Wandeir Severo, diretor do Sindicato.

Em grande parte do país o foco dos protestos será também contra a reestruturação em andamento na empresa, com extinção de filiais, que vem sendo feita de forma autoritária, sem respeito aos funcionários.

 “Apesar de não percebermos grandes mudanças aqui em Brasília, em outros estados o processo de reestruturação tem sido traumático para os trabalhadores da Caixa, sobretudo devido à falta de transparência com o qual vem sendo conduzido pela direção da empresa”, afirma Alexandre Severo.

Para massificar essas reivindicações, as entidades sindicais e associativas distribuirão materiais de divulgação, incluindo adesivos e botons. Entre as iniciativas a serem adotadas, o 26º Conecef indicou a realização de atividades permanentes nos locais de trabalho, com participação de todos os trabalhadores das unidades.