Empregados da Caixa entregam minuta, cobram implantação do PCS e definem calendário de negociações

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O clima seco – 12% de umidade relativa do ar – registrado em Brasília nesta quarta-feira (25) se repetiu na primeira rodada de negociação entre a Comissão Executiva dos Empregados (CEE) e os representantes da Caixa Econômica Federal. A cobrança da implantação efetiva do Plano de Cargos e Salários (PCS) marcou o início das conversações em torno da Campanha Nacional 2010, após a entrega oficial da minuta de reivindicações dos empregados. No encontro também foi definido o calendário de negociações com a empresa. 

Pelo calendário acordado entre os representantes dos trabalhadores e da Caixa, a primeira negociação ocorre dia 3 de setembro e vai debater saúde e condições de trabalho e outras assuntos previstos na minuta de reivindicações. No dia 10 discutirão isonomia e outros itens a serem definidos na reunião do dia 3. Os encontros serão às sextas-feiras, um dia depois de rodada de negociação com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban).

“Essa primeira reunião teve caráter híbrido. Entregamos nossa minuta, definimos o calendário e tocamos num ponto crítico: a implantação do PCS. O não cumprimento das promoções referentes a 2009, que deveriam ter sido viabilizada até janeiro de 2010, coloca em xeque todo nosso esforço para a assinatura do PCS”, analisa Plínio Pavão, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) na CEE.

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Assista videorreportagem da negociação

PCS

Extremamente incomodados com o fato de a Caixa não ter cumprido o PCS em 2009, que foi assinado em julho de 2008, os integrantes da CEE voltaram a cobrar da empresa a viabilização das promoções. Na negociação de 16 de julho, a empresa ficou de dar um posicionamento até o final de julho, o que não ocorreu. “E, novamente, na negociação de hoje (quarta-feira), a Caixa não trouxe nenhuma novidade. Já estamos no segundo semestre de 2010 e a avaliação deve ser feita em relação a 2009, o que pode prejudicar o processo e a credibilidade do plano”, afirma Plínio. 

Em resposta à reivindicação dos empregados, a coordenadora da comissão da Caixa, Ana Telma Monte, disse que o pedido será incluído no “pacote” de negociações da Campanha Nacional 2010. Os bancários insistiram em que a Caixa tem condições de pagar e cumprir as demandas dos trabalhadores, ao lembrar que somente no primeiro semestre deste ano a empresa registrou lucro líquido de R$ 1,7 bilhão, montante 44,1% superior em relação ao mesmo período do ano passado.

“Diante desse mar de dinheiro, é impossível a Caixa dizer que não tem condições de premiar os colegas por mérito. Mesmo com esses lucros frequentes, a promoção horizontal na Caixa caiu no esquecimento”, rebate Plínio.   

Assédio moral

Incluída no Acordo Coletivo de Trabalho 2009/2010, a viabilização da cláusula que cria os chamados comitês de resolução ou mediação de conflitos voltou a ser discutida na negociação desta quarta-feira. Os empregados sugeriram aos representantes do banco que as discussões sobre a criação dos comitês de combate ao assédio moral sejam esmiuçadas em paralelo com as negociações com a Fenaban. “Como os dois programas têm pontos divergentes, a intenção é aproveitar o que há de melhor nas duas versões e criar uma única estrutura para julgar os casos de assédio moral e outros conflitos no ambiente de trabalho”, explica Plínio.

REG/Replan não saldados

Questionada sobre os bancários que estão nos planos REG/Replan não saldados, a Caixa manteve seu posicionamento intransigente. Segundo o banco, os empregados permanecem impedidos de migrar para o Plano de Funções Gratificadas (PFG). “É descabida essa discriminação que está sendo imposta aos colegas em função de seu plano de previdência complementar”, observa Jair Pedro, coordenador da CEE/Caixa.

Saúde

Em relação ao cumprimento da alta programada, os integrantes da CEE informaram que a Caixa vem retirando a função do empregado quando este retorna ao trabalho após afastamento por doença. “Não podemos admitir este tipo de postura de uma empresa que se diz séria. Quem adoece não deve ser escanteado pela Caixa”, cobra Plínio, ao exigir que a Caixa reveja essa prática.