Em reunião no Planalto, bancários do HSBC reivindicam garantia de emprego

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Dirigentes sindicais e trabalhadores continuam na luta pela manutenção dos empregos dos 21 mil bancários do HSBC no Brasil. Esse foi o tema central da reunião entre dirigentes sindicais, a vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves (PT-PR), o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rosetto, e a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) nesta terça-feira (23), no Palácio do Planalto.

“A venda do HSBC preocupa os trabalhadores e reflete diretamente na sociedade brasileira. Isso pode afetar o emprego de 21 mil bancários e mais 100 mil outros trabalhadores indiretos, tais como os vigilantes. São muitos pais e mães de família que merecem respeito e exigem transparência no processo de venda do banco e meios que garantam o seu emprego”, destacou o diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília, Paulo Frazão, durante a reunião.

O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Miguel Rosetto, recebeu um documento dos representantes dos trabalhadores mostrando a necessidade do embarreiramento das demissões em massa, que podem ocorrer com a venda da instituição no Brasil. Ele se comprometeu a marcar uma reunião com o presidente do HSBC no país para discutir a situação.

A senadora Gleisi Hoffmann também buscará o diálogo com o Conselho Administrativo de Defesa Econômica(Cade) e o Banco Central para discutir o processo de venda do HSBC, visando à manutenção do emprego dos bancários.

Os dirigentes sindicais também denunciaram que a fusão do HSBC com outro banco pode gerar concentração financeira e uma situação anticompetitiva, com danos ao consumidor, além das possíveis demissões.

“Aproveitamos a oportunidade para destacar a importância da discussão da regulamentação do sistema financeiro brasileiro”, frisou o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Roberto Von Der Osten. Ele argumenta que esse debate é uma maneira de proteger a estabilidade financeira do país e garantir condições de trabalho adequadas.

A vice-prefeita de Curitiba, Mirian Gonçalves (PT-PR), ressaltou que a saída da sede do HSBC da cidade poderá causar imensos danos à economia local e o fechamento de diversos postos de trabalho. “A nossa maior preocupação é com os empregados, já que não só os bancários sofreriam com a venda do HSBC, mas todos os trabalhadores que se mantêm pelo movimento do mercado na região. São salões de beleza, restaurantes, lojas e um shopping center”, dimensiona Mirian.

O Estado do Paraná é onde está localizada a sede do banco no país e onde se concentra o maior número de trabalhadores da filial brasileira.

O presidente do Sindicato dos Bancários de Curitiba, Elias Jordão; o presidente da Fetec-PR, Júnior Dias, e o diretor da Contraf-CUT Sérgio Siqueira também participaram da reunião no Palácio do Planalto.

Audiência debaterá manutenção do emprego

A deputada Erika Kokay (PT-PR) e o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) marcarão audiência pública para debater a questão da garantia do emprego dos funcionários do HSBC, diante do iminente processo de venda da instituição financeira.

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília