Em mesa bipartite de saúde, trabalhadores exigem acolhimento de bancários adoecidos

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Coletivo pede respeito de cláusulas acordadas na CCT de proteção e tratamento humanizado a bancários adoecidos e que buscam tratamento e afastamento pelo INSS

O Coletivo Nacional de Saúde da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) se reuniu nesta segunda-feira (13) com a Comissão de Negociações da Federação Nacional dos Bancos (CN Fenaban), para exigir tratamento humanizado para bancários e bancárias adoecidos e que buscam tratamento e afastamento pelo INSS.

“Pedimos que os bancos acolham esses bancários, levando em consideração o espírito das cláusulas acordadas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), ou seja, que não haja perda salarial e nem endividamento desses trabalhadores, por motivos de saúde”, explicou o secretário de Saúde da Contraf-CUT, Mauro Salles. “Cobramos, especialmente, que as antecipações e complementações efetuadas pelos bancos, conforme cláusulas de nossa convenção, ocorram somente após o trabalhador receber do INSS o benefício”, completou.

O Coletivo destacou que há registros de trabalhadores que sofreram descontos significativos na folha de pagamento, mesmo tendo recorrido junto ao INSS e tido o benefício garantido judicialmente.

“Temos casos de bancários que ficaram sem recurso nenhum, porque descontos foram realizados de uma única vez, num determinado mês. Isso resultou na falta de dinheiro para remédios e para sua própria subsistência, agravando o problema de saúde por conta de todo o transtorno financeiro”, pontuou Mauro Sales.

Para Wadson Boaventura, representante da Federação Centro Norte (Fetec-CUT/CN) na mesa de negociação, “há uma expectativa grande já para a próxima rodada, marcada para o dia 24, de uma proposta de parcelamento dos valores devidos pelos trabalhadores afastados pelo INSS, caso de muitos bancários, grupo em que o endividamento é maior”.

“Além disso, queremos avançar em temas como o da cláusula 61 da CCT, que trata dos mecanismos de prevenção de conflitos no ambiente de trabalho”, acrescentou o dirigente, lembrando também que “há um subnotificação dos afastamentos, por causa do medo dos bancários de perder o emprego, no caso dos privados, e, no caso dos bancos públicos, medo de perda da comissão”.

Canal de acolhimento e combate ao assédio

Os representantes das trabalhadoras e dos trabalhadores do ramo financeiro solicitaram ainda a criação, pelos bancos, de canal de acolhimento, para atendimento específico sobre o tema de bancários adoecidos.

Outro tema levado à mesa pelo Coletivo foi a proteção de trabalhadores que denunciam assédio no trabalho. “Questionamos os encaminhamentos adotados por bancos, em várias situações, em que denunciantes vítimas de assédio foram expostos por terem denunciado”, explicou Mauro Salles.

Resposta dos bancos

Os representantes dos bancos responderam que as demandas do Coletivo serão debatidas entre as empresas, alegando que há casos em que não receberam as informações da situação dos trabalhadores adoecidos e afastados pelo INSS dos órgãos previdenciários competentes.

As demandas sobre a criação do canal de acolhimento e combate ao assédio também serão analisadas e uma devolutiva deverá ser entregue em próxima reunião bipartite, prevista para ocorrer na próxima semana, mas ainda sem data definida.

Da Redação com Contraf-CUT