Em meio a reestruturações, Caixa lucra R$ 21 bi em 2019; PLR será paga nesta quarta (19)

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A Caixa Econômica Federal registrou lucro líquido contábil de R$ 21,057 bilhões em 2019, um crescimento de 103,3% em relação ao ano anterior. O resultado foi divulgado nesta quarta-feira (19). Com a publicação e depois do ofício enviado pela Contraf-CUT à empresa, a segunda parcela da Participação nos Lucros ou Resultados (PLR) dos empregados será creditada nesta quarta-feira (19), e poderá ser visualizada em conta nesta quinta (20). 

“Esse resultado demonstra que a Caixa é o que é graças aos seus empregados, que se esforçam, acreditam no papel da empresa e que, mesmo com todo o terrorismo e a insegurança instalados no banco desde o ano passado, continuam fazendo o seu trabalho”, aponta a secretária-geral do Sindicato, Fabiana Uehara, denunciando, contudo, que esse balanço foi construído muito em função da venda de ativos por parte do governo. “Por isso, vamos seguir lutando em defesa dos empregados e pela Caixa 100% pública”.

Segundo a instituição, o aumento do lucro foi gerado, principalmente, pela evolução de 31% no Resultado Bruto de Intermediação Financeira, impactado principalmente pela variação de 51% nas receitas de títulos e valores mobiliários (TVM), decorrente do lucro com a venda de ações da Petrobrás e títulos públicos (Notas do Tesouro Nacional), e também pela redução de 27,9% nas despesas de PDD e de 11% nas despesas de captação de recursos. A rentabilidade foi de 17,52%, com incremento de 1,86 ponto percentual em relação a 2018.

Desligamentos acentuam falta de funcionários, mas número de clientes aumenta

Por outro lado, o banco encerrou o ano de 2019 com o fechamento de 886 postos de trabalho no ano. A Caixa lançou um PDV que contou com 2.319 adesões em sua primeira etapa, resultando no desligamento de 2.020 empregado. Já na segunda etapa, o programa registrou 686 desligamentos, resultando em 2.706 desligamentos no ano. Hoje a Caixa conta com 84.006 empregados. Nesse mesmo período, foram fechadas duas agências, 39 PAs, 63 lotéricos e 310 Correspondentes Caixa Aqui. Em contrapartida, houve aumento de 10,6 milhões de novos clientes.

A carteira de crédito ampliada teve redução de 0,11% em doze meses, totalizando R$ 693,7 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Física manteve-se estável, totalizando R$ 81,9 bilhões. A Carteira Comercial Pessoa Jurídica apresentou queda de 30,2%, somando R$ 38,6 bilhões. O crédito imobiliário cresceu 4,6%, num total de R$ 465,1 bilhões, e a carteira de infraestrutura teve redução 0,3%, totalizando R$ 84,0 bilhões. As variações na carteira estão de acordo à estratégia que prioriza concessões nos segmentos ligados a microempresas e fomento ao crédito imobiliários. A taxa de inadimplência para atrasos superiores a 90 dias foi de 2,18%, com redução de 0,01 ponto percentual.

Outro dado que chama a atenção é o montante arrecadado com as receitas de prestação de serviços e com tarifas bancárias, que cresceram 0,57%, totalizando R$ 27,0 bilhões. Já as despesas de pessoal, considerando-se a PLR, apresentaram expansão de 8,76%, atingindo R$ 23,8 bilhões. Com isso a cobertura das despesas de pessoal pelas receitas secundárias do banco foi de 113,2%.

PLR

A PLR na Caixa é composta, além da regra básica e da parcela adicional previstas na CCT da categoria (módulo Fenaban), pela PLR Social, conquista dos empregados na campanha de 2010. A regra básica corresponde a 90% do salário-base mais verbas fixas de natureza salarial. Além disso, soma-se também um valor fixo de R$ 2.457,29. O valor individual limita-se a R$ 13.182,18. Se o total apurado na aplicação da Regra Básica ficar abaixo de 5% do lucro líquido apurado no exercício de 2019, o valor será majorado até que se atinja esse percentual ou será pago 2,2 salários do empregado, com limite de R$ 29.000,77, o que ocorrer primeiro.

A parcela adicional é a divisão linear de 2,2% do lucro líquido apurado em 2019, dividido pelo número total de empregados elegíveis de acordo com as regras da CCT, em partes iguais, até o limite individual de R$ 4.914,59.

Os valores individuais relativos à parcela adicional não são compensáveis com valores devidos em razão de planos específicos, mas aqueles referentes à regra básica podem, dependendo do que é definido pelo acordo específico do banco.

Lembrando que se trata da segunda parcela. Portanto, são descontados os valores pagos na antecipação.

A PLR Social é a distribuição linear de 4% do lucro líquido a todos os empregados. Na Caixa, é antecipado 50% do valor da PLR na primeira parcela (levando em consideração a projeção de lucro).

Da Redação com Contraf-CUT