Em encontro, servidores públicos e de estatais reforçam luta contra governo golpista

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Reunidos para garantir a manutenção dos direitos trabalhistas, ameaçados pelo governo interino de Michel Temer, dirigentes de entidades que representam os servidores públicos e de estatais participaram de reunião nesta quinta (19) para avaliar as medidas já apresentadas pelo governo ilegítimo e traçar estratégias de ação conjunta para assegurar as conquistas.

O encontro teve início com a análise dos impactos do projeto Uma Ponte para o Futuro, arquitetado pelo presidente interino. O secretário de Finanças da Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), Pedro Armengol, apresentou as graves consequências do plano de governo de Temer para os trabalhadores brasileiros e os impactos da agenda neoliberal para as estatais, serviços e servidores públicos.

Com a transferência do que for possível para setor privado, o funcionalismo público será fortemente atingido. Para Temer, será “uma política de desenvolvimento centrada na iniciativa privada”. Para o Brasil e os brasileiros, essa medida representa enfraquecimento do setor público e abertura, aprovada pelo genro golpista, para as privatizações. O funcionalismo ainda sofre com as ameaças de redução dos gastos com pessoal, inclusive com congelamento de salários.

“A mobilização e unidade serão fundamentais, já que é possível que, na próxima semana, algumas dessas medidas se transformem em instrumentos legislativos necessários para a implementação dessa ‘Ponta para o Inferno’. Essa ponte é muito grande e extremamente destrutiva para os sonhos dos brasileiros e brasileiras”, destacou Armengol, ao fazer menção aos projetos do principal articulador do golpe contra a democracia.

Agenda no Congresso

A secretária Nacional de Relações de Trabalho da CUT, Graça Costa, apresentou a agenda de ameaças aos trabalhadores que tramita no Congresso Nacional. Mesmo antes do afastamento ilegal da presidenta Dilma Rousseff, já havia uma grande quantidade de propostas que retiram direitos da classe trabalhadora. Agora, com o governo provisório e ilegítimo de Temer, outras pautas nefastas estão sendo inseridas, reforçando a necessidade de mobilização.

“Questões como a independência do Banco Central, o Pré-Sal, a terceirização, o negociado sobre o legislado e o trabalho escravo são os cinco itens mais pesados que vamos enfrentar. Nesse sentido, a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Classe Trabalhadora é um instrumento oficial do Congresso super importante para os movimentos sociais e sindical reverter o que está sendo colocado”, afirmou Graça.

Direitos ameaçados

“A reforma na previdência, a terceirização sem limites com a precarização das relações de trabalho, a privatização do setor público e as retiradas de direitos da classe trabalhadora se somam a quase 60 projetos de lei que, se aprovados, prejudicarão toda a sociedade brasileira”, lembrou o secretário de Formação da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Jacy Afonso.

Durante o encontro, Jacy Afonso, que também é bancário do Banco do Brasil, distribuiu exemplares de uma cartilha sobre conjuntura com projetos que ameaçam direitos dos trabalhadores. Organizado pelo Sindicato dos Bancários de Brasília e pela Fetec-CUT/CN, o material foi elaborado pela Subseção do Dieese da CUT nacional.   

No dia 31, terça-feira, às 9h, será lançada a Frente Parlamentar em Defesa da Previdência no auditório Petrônio Portela. Os interessados em integrar à Frente devem encaminhar e-mail para srt@cut.org.br.

Encaminhamentos

Ao final do encontro, os dirigentes das entidades formalizaram um manifesto do funcionalismo público ao governo Temer que será divulgado nos próximos dias. Além disso, as deliberações da reunião serão encaminhadas ao secretariado da CUT Nacional, na próxima terça (24), para serem acrescentadas às estratégias de luta da central. 

O encontro, organizado pela CUT Nacional, foi realizado nos auditórios da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) e da Condsef. Mais de 70 sindicalistas participaram da reunião.

Joanna Alves
Colaboração para o Seeb Brasília