Em Dia Nacional de Luta, bancários do Santander cobram mais respeito

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Bancários e bancárias do Santander paralisaram as atividades nesta quarta-feira (31) em todo o Brasil para cobrar do banco mais respeito com os trabalhadores, clientes e usuários. Em Brasília, o dia foi marcado por protestos do Sindicato contra as medidas unilaterais adotadas pelo banco espanhol. O banco tem implantado a reforma trabalhista mesmo com a vigência do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) assinado com os bancários, que vale até 31 de agosto deste ano.

Leia a seguir o material entregue pelo Sindicato durante os protestos:


Durante todo o dia, os bancários contestaram as mudanças implantadas pelo Santander sem diálogo e negociação com os trabalhadores. Os representantes sindicais já cobraram oficialmente uma reunião com a direção do banco no Brasil por duas vezes, mas o silêncio tem sido a resposta do Santander.

Para a diretora do Sindicato e bancária do Santander Rosane Alaby, “contamos com a mobilização de todos os colegas para garantir que nossos direitos sejam respeitados. O Santander não pode ignorar um acordo assinado com os trabalhadores que nos resguarda das arbitrariedades do banco. O bancário merece ser respeitado”.

Ao mesmo tempo que descumpre o acordo firmado com os trabalhadores, o banco espanhol divulga os resultados bilionários obtidos no Brasil no ano passado. A marca histórica, alcançada por meio do esforço e dedicação diários dos bancários, foi um lucro gerencial de R$ 9,953 bilhões, um aumento de 35,6% em relação a 2016. O lucro líquido cresceu 44,5% em 2017, alcançando uma soma de R$ 7,99 bilhões.

Diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Jorge Kotani lembra que os altíssimos resultados alcançados pelo banco são a prova de que o Santander pode oferecer melhores condições de trabalho aos bancários. “Mexeram até na rede conveniada do plano de saúde e odontológico. Com lucro bilionário, o Santander deveria reverter a redução da rede e disponibilizar mais hospitais, clínicas e médicos aos trabalhadores”, destaca Jorge.

José Anílton, diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do Santander, ressalta que as constantes mudanças sem diálogo demonstram o desrespeito do banco com a luta dos trabalhadores. “O banco parece esquecer que assinou um acordo com os trabalhadores. Não aceitaremos imposições, principalmente quando envolvem perdas para os bancários, como é o caso da mudança do dia de pagamento e a redução da rede conveniada do plano de saúde”, frisa.

Além disso, no início de janeiro, a direção do Santander informou que os salários passariam a ser pagos no dia 30 e não mais no dia 20. E os meses de pagamento do 13º salário, que antes eram efetuados em março e novembro, passam a ser em maio e dezembro. Todas as mudanças efetuadas sem qualquer consulta aos trabalhadores.

Joanna Alves 
Do Seeb Brasília