Em ato, trabalhadores dos Correios alertam para risco da privatização da estatal

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“Só terá direito a serviços postais quem mora nos grandes centros”, destaca a presidenta do Sintect-DF

A privatização dos Correios será prejudicial a toda a população, sobretudo, aos mais pobres. Foi o que alertaram os trabalhadores da empresa em ato na tarde desta quinta (22). A atividade teve início por volta das 17h, em frente ao Shopping Conjunto Nacional. Em seguida, o grupo seguiu para a Rodoviária do Plano Piloto.

Na ação, a categoria distribuiu uma carta à população e coletou assinaturas para o abaixo-assinado contra o projeto de entrega da estatal ao capital privado. Na quarta (21), o governo federal anunciou 17 estatais que serão privatizadas. Os Correios encabeçam a lista.

Na avaliação da presidenta do Sintect-DF − sindicato que representa os trabalhadores no DF e entorno −, Amanda Corcino, não há dúvidas quanto aos malefícios ao povo brasileiro. “Só vai ter direito a serviços postais quem mora nos grandes centros. Hoje, a estatal está presente em mais de 5 mil municípios e presta um serviço essencial”, alerta.

Amanda explica ainda que, nos países em que o serviço postal foi privatizado, houve aumento excessivo das tarifas cobradas e a população que vive em locais mais distantes ficou desassistida. “A empresa privada não vai desempenhar um papel social. Elas visa unicamente o lucro. e esse é o nosso objetivo hoje: alertar a população sobre esses riscos”, disse.

Além dos Correios, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Eletrobras, Casa da Moeda e outras estão na mira do governo. Entretanto, o processo de privatização ainda deve passar pelo Congresso Nacional, como definido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). No início de maio deste ano, o STF proibiu a venda de estatais sem o aval do legislativo.

Por isso, segundo a secretária de imprensa do Sintect-DF, Yslene Rayanne, a mobilização deverá ocorrer em todos os espaços. “Além do diálogo com a população, intensificaremos nossa pressão no Congresso para que os parlamentares não avancem com o projeto de entrega do patrimônio do povo brasileiro. Resistiremos”, finalizou.

Fonte: CUT