Em ato de solidariedade, Sindicato abraça Matriz I e cobra respeito aos empregados da Caixa

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Trágico. É assim que empregados e empregadas definem os recentes acontecimentos que envolvem a gestão da Caixa. Depois das denúncias de assédio moral e sexual que fizeram Pedro Guimarães perder a cadeira da presidência da empresa, a morte ainda nebulosa de Sérgio Ricardo Faustino Batista nas dependências do edifício-sede da Caixa levou dezenas de trabalhadores a um protesto na frente do Matriz I na tarde desta quarta-feira (20).

O abraço, acompanhado de um minuto de silêncio, reforçou o pedido pelo fim de um clima organizacional adoecedor. No tradicional pátio do Matriz I, juntaram-se os lutos pela morte simbólica das vítimas de assédio e pela morte real do diretor de Controles Internos e Integridade, responsável pelas investigações dos casos envolvendo o ex-presidente da Caixa. A manifestação, que destacou a situação como urgente, cobrou apuração rigorosa dos acontecimentos.

Emocionado, o presidente do Sindicato contou detalhes do ofício enviado nesta quarta à direção da Caixa. “Todos nós precisamos de tempo para processar tudo o que tem acontecido na empresa. No documento, pedimos abono do ponto de hoje, além de decreto de 3 dias de luto na Caixa; expansão do teletrabalho até o final da semana; revogação imediata das reestruturações e o fim dos descomissionamentos”, listou Kleytton Morais.

O dirigente disse ainda que “o assunto não pode ser tratado com banalidade. Precisamos de gestões comprometidas em estancar o assédio para que este mal não vitime outros colegas. Não vamos nos curvar diante desse absurdo”.

“O local onde a gente trabalha deve ser o lugar onde a gente encontra nossa dignidade, não pode ser um local de sofrimento. O que a gente vê é que tanto a empresa quanto seus empregados estão sofrendo um processo de desprezo, expondo esta grande empresa a recorrentes tragédias. Estamos vendo várias expressões de sofrimento entre os colegas e é preciso dar um basta nisso”, destacou a deputada federal e empregada aposentada da Caixa, Erika Kokay.

Enilson Plattner é diretor da Federação dos Bancários do Centro Norte (Fetec-CUT/CN) e empregado da Caixa há mais de 30 anos. Durante sua fala na atividade, o dirigente lembrou das diversas manifestações e momentos históricos já vividos no pátio que dá acesso ao Matriz I. “Da assembleia para a jornada de 6h ao ato recente de coragem das mulheres nos escandalosos casos de assédios da gestão de Pedro Guimarães, este pátio foi palco de luta e de resistência. Não podemos mais usá-lo para o luto”, frisou Enilson.

Por conta da morte do diretor do banco, a Caixa cancelou as negociações da Campanha Nacional 2022 marcadas para esta semana.



Joanna Alves
Do Seeb Brasília