Eletrobras renova com agência contratada para ‘difamar’ estatal

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Apesar da enorme repercussão da denúncia feita pela agência SportLight, em abril, da contratação sem licitação da empresa FSB Comunicação pela Eletrobras, com a finalidade de mobilizar a opinião pública para tornar o ambiente mais favorável à privatização da empresa, trabalhando para “desmoralizar a estatal e enganar a população” — segundo acusou a deputada federal Erika Kokay (PT-DF) — o contrato de R$ 1,8 milhão, questionado por parlamentares em audiência pública na Câmara dos Deputados, foi recentemente prorrogado, conforme publicação no Diário Oficial da União.

De acordo com o novo contrato, a Eletrobras vai direcionar R$ 930 mil para assessoria, relacionamento com a imprensa e relações públicas. Outros R$ 170 mil serão destinados para a mobilização de influenciadores. Além disso, a contratação prevê a identificação e “preparação de porta-vozes” pró-privatização, conforme informações da agência Reuters.

A Eletrobras contratou ainda o banco BTG Pactual, denunciado como um dos articuladores e interessados na venda da estatal, para prestar serviços de consultoria especializada em suporte a seu programa de desinvestimentos. O contrato, também sem licitação, foi firmado por R$ 5 milhões.

A reportagem da Reuters revela, ainda, que um dia antes de o Governo Federal divulgar a privatização do Sistema Eletrobras, os bancos Bradesco, Liquidez e Safra adquiriram ações ordinárias (com direito a voto em assembleia de acionistas), e a Morgan Stanley, BTG Pactual e Citi compraram ações preferenciais (com prioridade na distribuição de dividendos).

Para investigar o suposto vazamento de informações privilegiadas a agentes do mercado financeiro, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) — entidade que congrega diversos sindicatos que representam os trabalhadores do sistema Eletrobras — protocolou representações no Ministério Público Federal (MPF) e na Comissão de Ética Pública da Presidência da República (CEP).

Iniciativas legislativas

Tramitam no Congresso Nacional 2 proposições que visam privatizar a Eletrobras. Trata-se da MP 814/17, que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) disse não iria votar.

Fonte: DIAP

A outra, também de iniciativa do governo, é o PL 9.463/18, que está pronto para votação do parecer favorável, com substitutivo do relator, deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA), na comissão especial.