Dois milhões no DF estão suscetíveis às doenças causadas pelo Aedes

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Além da dengue, que anualmente amplia o número de casos, o zika e a chicungunha avançam por praticamente todas as regiões administrativas. E a tendência é aumentar, segundo especialistas

A capital federal começou 2016 com um aumento do número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti na comparação com 2015 — ano que já tinha batido recordes. Nos cinco primeiros meses, o Distrito Federal registrou 14.226 casos de dengue, 97 de chicungunha e 144 de zika. As infecções estão concentradas em regiões administrativas distintas (veja infográfico). A Secretaria de Saúde alerta que, em 2017, a chicungunha e a zika podem adoecer um número ainda maior de pessoas que este ano. A pasta estima que 2 milhões de pessoas estarão suscetíveis aos males. O vírus mayaro, também transmitido pelo mosquito em área urbana, por sua vez, começa a ser monitorado.

No ano passado, as autoridades sanitárias registraram ocorrências de chicungunha em quatro regiões administrativas. Este ano, a incidência subiu para 21 locais. Taguatinga, Samambaia, Ceilândia e Asa Norte somam 43,2% dos casos. A zika afeta 27 das 31 regiões. Taguatinga é recordista, com 26 infectados nos primeiros cinco meses. Em 2015, não houve o registro da doença no DF. O chefe do Núcleo de Endemias da Secretaria de Saúde, Dalcy Albuquerque, explica que esse perfil é atribuído ao “caso fonte”. “Uma pessoa pega a doença em um determinado local e infecta o mosquito, que contamina outros indivíduos”, detalha.

A polarização das doenças, segundo Dalcy, influencia nas ações de controle e tratamento. O infectologista, porém, destaca que a dengue é uma doença comum na capital federal há 20 anos. “A dengue, ano a ano, tem focos maiores em determinadas regiões. Planaltina, por exemplo, centralizou os casos no passado. Isso norteia nosso método de combate. Temos que avaliar de forma diferente as outras duas doenças”, conclui. O vírus fica encubado cerca de sete dias no mosquito, até o vetor passar de infectado a transmissor do mal. Em média, o Aedes vive 60 dias.

Segundo o especialista, o zika e a chicungunha têm uma tendência maior de “taxa de ataque”, ou seja, alta potencialidade de fazer vítimas. “Temos observado que basta um ano para partir do caso zero ao 100 mil. Isso é preocupante. O número de pessoas infectadas com chicungunha e zika, este ano, é relativamente pequeno. Por isso, existe o risco de que nós venhamos a ter mais casos no ano que vem. Há uma população de 2 milhões de pessoas vulneráveis”, justifica.

Fonte: Correio Braziliense