Diretor do Sindicato concede entrevista para TV Globo sobre correspondentes bancários

0

 

A suspensão das resoluções do Banco Central que ampliaram a atuação dos correspondentes bancários, prevista no Projeto de Decreto Legislativo (PDC) nº 214/2011, do deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), foi tema de reportagem exibida na edição desta quinta-feira (27) do DFTV 1ª edição, da TV Globo. Diretor do Sindicato e coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil, Eduardo Araújo foi um dos entrevistados pelo noticiário, que teve como foco as lotéricas.

“Nós, bancários, não defendemos o fim dos correspondentes. Queremos é transformar os correspondentes em postos de atendimento, em agências, com segurança, sigilo bancário preservado, que deem assistência financeira a toda a população, sem discriminação de condição econômica e social, de raça ou de cor. Esse trabalho deve ser feito por bancários”, afirma Araújo.

 

Em 16 de agosto, o Sindicato organizou grande ato em frente ao edifício do Banco Central, em Brasília, para protestar contra a terceirização fraudulenta que se dá em decorrência das resoluções da autoridade monetária. Na mesma data, dirigentes sindicais participaram de audiência pública na Câmara dos Deputados para discutir o PDC 214/2011.

 

Presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Carlos Cordeiro refuta a argumentação do BC e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) de que os correspondentes desempenham importante função social ao supostamente levarem atendimento bancário a regiões distantes e carentes. “Quando foram criados, na década de 1970, a intenção era realmente essa. Mas paulatinamente o BC foi alterando a sua função, atendendo aos interesses dos bancos, e hoje os correspondentes podem fazer praticamente tudo o que as agências fazem, sem as garantias da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) dos bancários. Mas é mentira que eles estão levando atendimento às populações distantes e desassistidas”, aponta.

 

Em entrevista ao Informativo Bancário, publicação do Sindicato dos Bancários de Brasília, Ricardo Berzoini explicou que o objetivo do projeto não é extinguir os correspondentes. “Ninguém quer acabar com os correspondentes bancários, mas é importante que eles sejam criados onde realmente são necessários, e não a 50 metros das agências bancárias, como ocorre em diversos locais. Queremos impor limites geográficos e transformar esses trabalhadores do comércio em bancários”. 

 

Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro

 

Com o apoio dos bancários e da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Contraf-CUT propôs a realização da 1ª Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro durante o Seminário Propostas para um Sistema Financeiro Cidadão, realizado pela Câmara dos Deputados em 24 de agosto.

“Os bancos, que integram um dos setores mais lucrativos e fortes da economia brasileira, precisam oferecer contrapartidas sociais a seus lucros exorbitantes e contribuir com o desenvolvimento da nação. O papel das instituições financeiras deve ser definido pela sociedade brasileira, o que passa pela convocação de uma Conferência Nacional sobre o Sistema Financeiro e pela regulamentação do Artigo 192 da Constituição”, afirma o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto.

O DFTV 1ª edição é exibido de segunda a sábado, às 12h15.

 

 


Rodrigo Couto

Do Seeb Brasília