Dia Nacional de Luta contra demissões no Itaú surte efeito, e banco marca negociação

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Em protesto contra a onda de demissões imotivadas no Itaú Unibanco, bancários de todo o país realizaram um Dia Nacional de Luta nesta quarta-feira (6). Em Brasília, trabalhadores das quatro agências do banco no Setor Comercial Sul (SCS) paralisaram o atendimento das 11h ao meio dia. Além de capital federal, as mobilizações ocorreram nas bases das federações e sindicatos dos bancários de diversas partes do território nacional, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Ceará, Recife, entre outras cidades. Após o êxito das atividades, a direção do Itaú comunicou que irá negociar com a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), federações e sindicatos na quinta-feira (7), às 14h30, em São Paulo.

 

 

“Foi a pressão dos bancários em todo país que arrancou esta negociação com o banco. Esperamos que o diretor do RH, José Carlos Rudge, participe da reunião e atenda as nossas reivindicações”, afirma Jair Alves, um dos coordenadores da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Itaú Unibanco, órgão que assessora a Contraf-CUT nas negociações com o banco.

 

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Munidos de faixas, de cartazes e de exemplares de um informativo que explica os motivos da realização do Dia Nacional de Luta no Itaú Unibanco, bancários de Brasília pediram o apoio de clientes e de usuários do banco. “O Itaú está lucrando demais e também demitindo demais. Não podemos admitir que um banco que lucrou R$ 3,53 bilhões somente no primeiro trimestre de 2011 possa demitir tantos trabalhadores e explorar ainda mais clientes e usuários”, criticou Sandro Oliveira, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco.

Demissões

O diretor do Sindicato tem razão. Em 2008, quando os presidentes das duas instituições financeiras – Roberto Setúbal (Itaú) e Pedro Moreira Sales (Unibanco) – anunciaram a fusão, prometeram que o emprego dos funcionários estaria garantido. Um ano depois da fusão a instituição financeira iniciou o corte de pessoal em todo o país, inclusive em Brasília. “Eles mentiram, descumpriram o compromisso assumido, e as demissões tornaram-se rotina no banco. Em Brasília, mais de 40 bancários perderam o emprego somente em 2011”, lembra Washington da Silva, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco.

 

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Durante os atos, realizados com o apoio do Sindicato, os trabalhadores também denunciaram a precarização das condições de trabalho. “Com a redução de pessoal, os bancários ficam sobrecarregados e colocam em risco sua saúde para bater as metas abusivas impostas pelo Itaú Unibanco”, observa Louraci Morais, diretora do Sindicato e funcionária do Itaú Unibanco.

As demissões estão ocorrendo em todos os setores do Itaú Unibanco. Apenas nos meses de abril e maio, de acordo com a revista Exame, cerca de 350 profissionais deixaram o banco, a maioria deles pertencente à área de crédito ao consumidor, que engloba a financeira e o segmento de cartões de crédito.

“Caso o banco não cesse com as demissões, continuaremos com nosso movimento em todo o país. O Itaú Unibanco precisa entender que os trabalhadores são os grandes responsáveis pelos lucros exorbitantes que ele bate ano após ano”, dispara Edmilson Lacerda, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú Unibanco.

As atividades realizadas pelos bancários do Itaú Unibanco integraram o Dia Nacional de Mobilização da Central Única dos Trabalhadores (CUT).

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília