Dezenove bancos terão de pagar R$ 11 milhões em processos de segurança

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A Polícia Federal aplicou multas no valor de R$ 11,4 milhões a 19 bancos, durante a 105ª Reunião da Comissão Consultiva para Assuntos da Segurança Privada (CCASP), em Brasília, nesta quarta-feira (27). Foram julgados 1.055 processos movidos contra instituições financeiras e 977 deles considerados procedentes. Também foi apresentada a Portaria 485, de 25 de maio de 2015, do Ministério da Justiça, que alterou a forma de organização e realização da Comissão Consultiva, além da formação de dois grupos de trabalho para avaliar mudanças nas normas técnicas de transporte de valores e escolta armada.

Todos os processos foram abertos pelas delegacias estaduais da PF (as DELESPs) e pelas Comissões de Vistoria, em razão do descumprimento da Lei Federal 7102/83 e portarias que tratam da segurança privada nas instituições financeiras. A fiscalização nas agências é realizada anualmente quando da renovação do plano de segurança e a qualquer tempo, em decorrência de denúncias de irregularidades que podem ser encaminhadas também pelas entidades sindicais.

A CCASP é um fórum consultivo, que conta com representações do governo, bancários, através da Contraf-CUT, vigilantes e entidades patronais, como a Febraban.

“O ranking de infrações está com maiores índices para os bancos privados, especialmente nas instituições nas quais foram implementadas as agências de negócios (Santander e Itaú). Nessas unidades os bancos reduziram o número os vigilantes e a situação tem gerado insegurança e exposição dos trabalhadores e clientes a possíveis ações de bandidos”, destaca Raimundo Dantas, diretor do Sindicato dos Bancários de Brasília.

Orientações de segurança

A Contraf-CUT orienta todas as entidades filiadas e todos os bancários para denunciarem à Polícia Federal qualquer descumprimento dos planos de segurança das agências bancárias, através da DELESP da região. Clique aqui para fazer a denúncia.

Segundo André Spiga, membro do Coletivo Nacional de Segurança Bancária, “é de fundamental importância que os bancários e os sindicatos efetivem as denúncias, pois somente com o impacto financeiro das multas que os bancos passarão a prover mais segurança em suas agências.”

Alteração na atuação da CCASP

Os trabalhadores foram surpreendidos pela publicação da portaria 485, do Ministério da Justiça, na véspera da reunião. Segundo a nova redação, a CCASP não avaliará mais os processos presencialmente, tampouco irá proferir voto sobre a punição das instituições financeiras que descumprem a lei.

Segundo Valdir Machado, membro do coletivo, “na fala do diretor da PF, a CCASP terá um papel importante na formulação das políticas de segurança privada, com a criação de grupos para discutir os diversos temas”. Ele espera que essa alteração não prejudique a segurança dos trabalhadores e dos clientes.
 
Da Redação com Contraf-CUT