Para avaliar a Campanha Nacional dos Bancários 2011 e discutir novas estratégias de continuidade da mobilização, os delegados sindicais da Caixa Econômica Federal se reuniram nesta terça-feira 1º, na sede do Sindicato.
“Os delegados sindicais são um elo importante com os demais colegas e temos que fortalecer esse grupo. Avaliamos que a Campanha foi boa, mas sei que podemos mais. Devemos preparar novas alternativas para a próxima Campanha e para o dia a dia com os bancários”, frisa Fabiana Uehara, secretária de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato.
Os delegados que participaram da reunião trocaram experiências da greve e avaliaram como positivas as conquistas do acordo global e do aditivo da Caixa. “Eu considero positivo o acordo porque conseguimos avanços para a categoria. Além disso, empregados de novas áreas que anteriormente não aderiam à greve mudaram a postura e passaram a integrar nosso movimento este ano”, afirma Weber Kai, delegado sindical. Outros delegados lembraram também do crescimento da mobilização da categoria e da conscientização da população sobre os motivos que levaram os bancários a entrar em greve.
O coordenador da Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), Jair Pedro, destacou algumas reivindicações específicas conquistadas pelos trabalhadores no aditivo da Caixa. “Vencemos a tese de que aumento no salário gera inflação e isso é muito importante diante da atual conjuntura. Nosso acordo foi positivo, porém ainda temos que avançar em questões como a isonomia entre os empregados”, avalia Jair.
Veja alguns itens do aditivo:
• Valorização do piso;
• Filhos dos empregados da Caixa com até 24 anos de idade podem ser dependentes do Saúde Caixa e os que têm até 27 anos, se ainda estiverem estudando;
• Acordada a criação de uma CCV para 7ª e 8ª horas dos empregados que estão na ativa (lembrando que a CCV para os ex-empregados já está funcionando);
• Ampliação para 180 dias para perda da titularidade da função quando o empregado estiver de licença-saúde;
• Contratações de 5 mil novos empregados;
• Elaboração de temas da Sipat em conjunto com o Sindicato.
A Caixa também se comprometeu em marcar negociação para tratar da PLR social.
Compensação dos dias parados e assédio moral
O Sindicato está recolhendo dados, provas e testemunhos pessoais de casos de posturas antissindicais que estejam ocorrendo com empregados da Caixa para encaminhar ao Ministério Publico do Trabalho. As denúncias serão mantidas em sigilo. “Vamos apurar as condutas abusivas junto com a assessoria jurídica do Sindicato e encaminhar para o Ministério Público para as devidas providências”, diz o diretor do Sindicato Antônio Abdan.
No site do Sindicato está ativo o canal criado para receber as denúncias de bancários que eventualmente estejam sendo vítimas de algum tipo de punição ou ameaça em função da greve, principalmente as relacionadas à compensação dos dias parados.
O acordo 2011/2012 garante a compensação desses dias até o dia 15 de dezembro, de segunda a sexta, com exceção dos feriados, em no máximo duas horas diárias. Ao término desse período, as horas que eventualmente não foram compensadas serão anistiadas.
O Sindicato informa que os bancários podem denunciar qualquer tipo de assédio. O banco não pode, por exemplo: fazer listas com escala de compensação com dias e horários, obrigar o funcionário a compensar para não fazer trabalhos de rotina, suspender férias ou abonos. O acordo de planejamento da compensação deve ser firmado entre a administração e o funcionário, observando a necessidade do serviço e a disponibilidade do bancário.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
