CUT e demais centrais chamam lockdown nacional para quarta (24)

Brasil se aproxima de 300 mil mortes por Covid-19 e trabalhadores se organizam para defender a vida; Contraf-CUT participa do movimento

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Brasil se aproxima de 300 mil mortes por covid-19 e trabalhadores se organizam para defender a vida; Sindicato participa do movimento

Centrais sindicais estão convocando trabalhadores de todos os setores para um Lockdown em Defesa Da Vida e dos Direitos na quarta-feira (24). De acordo com as entidades, a manifestação foi articulada por conta da “irresponsabilidade do governo federal, que levou o país ao pior colapso sanitário e hospitalar de sua história”.

É assustador o auge da pandemia que vive o país. Nos aproximamos de 300mil mortes e a média diária de óbitos está próxima de 3 mil e o governo nada faz. Por isso a CUT e as demais centrais sindicais preparam para a quarta-feira (24) um “lockdown da classe trabalhadora”. A ideia é debater e denunciar à sociedade as consequências da postura do governo Federal e locais frente a pandemia.

As centrais apontam que o Brasil se tornou “um exemplo mundial de fracasso e de falta de políticas públicas” para conter a disseminação da covid-19. E protestam também contra a falta de vacinação em massa e pela retomada do auxílio emergencial com parcelas de, no mínimo, R$ 600. Reivindicam também a defesa da vida, empregos, contra as privatizações e em defesa dos serviços públicos de qualidade.

Desde o início da crise sanitária, o movimento sindical tem discutido medidas de proteção aos trabalhadores e à sociedade. Exigência de medidas de proteção do emprego e renda, isolamento social, distanciamento, orientação à implementação do home office e adoção de protocolos de biossegurança necessários às situações de trabalho essencial.

Com o surgimento da vacina e diante da postura negacionista e total irresponsabilidade do governo Bolsonaro em relação a construção de um plano efetivo de enfrentamento a covid–19, somada à destruição das relações diplomáticas do Brasil com a China, as Centrais negociaram junto ao movimento sindical chinês, apoio para garantir insumos para a produção de vacinas anti-covid-19 no Brasil.

Outro importante capítulo da CUT e demais centrais sindicais, diante da incompetência do governo Bolsonaro, foi garantir junto ao governo venezuelano o fornecimento de oxigênio hospitalar para Manaus (AM).

Diante do agravamento da crise, as centrais e os sindicatos filiados articulam também com governadores e prefeitos o ato no próximo dia 24 para que os trabalhadores do país fiquem em casa. As entidades estão em contato com parlamentares no Congresso Nacional. Elas também se reuniram com o governadores para discutir medidas de contenção da pandemia.

O Sindicato dos Bancários e Bancárias de Brasília aderiu ao chamado da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e convoca a categoria bancária a intensificar a mobilização. Para isso, organizamos um conjunto de ações:

Plenária da Categoria Bancária nesta segunda-feira (22), às 19h

Para o presidente do Sindicato, Kleytton Morais, importância da realização da plenária é ampliar a mobilização da categoria, levantar as situações e novos problemas, informar, debater e encaminhar as próximas etapas em defesa da vida e dos direitos.
Kleytton destaca que a iniciativa do lockdown convocado pelas centrais é uma maneira pedagógica de envolver a população, empresários e comerciantes sobre a importância de construir um plano efetivo para enfrentamento à covid–19. “Os efeitos da pandemia atingem a todos e em especial os trabalhadores mais pobres e vulneráveis, mais ainda, impactam os trabalhadores informais, que ficam mais suscetíveis. Portanto, esse lockdown é uma jornada, pela informação e ao mesmo tempo denúncia do desgoverno Bolsonaro. Não podemos admitir a ilusão de que a atividade econômica será recuperada em uma pandemia descontrolada. A realidade vivida em nosso país demonstra o posto disso, diferente de outros países que adotaram as medidas de enfrentamento à pandemia, conclui o dirigente dos bancários.”

Kleytton explica que em nosso âmbito – ramo financeiro – a proposição contempla formular e construir estratégias que possam assegurar:

• Priorização da categoria bancária no (PNI) Plano Nacional de Imunização;
• Reforço nos protocolos:
– Compromisso pela não demissão;
– Uso de máscaras mais eficientes;
– Instalação de barreiras acrílicas em toda situação de atendimento;
– Fim das visitas externas;
– Suspensão das metas;
– Redução do horário de atendimento;
– Atendimento apenas por agendamento e serviços essenciais;
– Ampliação do home office;

23/3 – Debate com ex-ministro da Saúde Arthur Chioro

Situação e as perspectivas da pandemia do coronavírus no Brasil. Transmissão às 18h pelas redes do Sindicato;

24/3 – Lockdown da classe trabalhadora

CUT-DF, Sindicato dos Bancários de Brasília e demais entidades filiadas organizam conjunto de atividades nesta quarta-feira (24):

  • Ato virtual com sindicatos, artistas e parlamentares, às 20h, pelas redes do Sindicato e pela TV Comunitária de Brasília;
  • Comunicação com a sociedade por meio da veiculação de spots de carro de som e rádios;
  • Faixaços;
  • Ação de solidariedade com entrega de cestas básicas às categorias profissionais e população mais vulneráveis em relação à covid-19;

“A categoria bancária é uma das mais expostas à pandemia. Estamos na linha de frente no atendimento à população e agora vamos trabalhar de forma ativa no pagamento do novo auxílio emergencial. As plenárias devem preparar nossa participação na mobilização do dia 24, mas também vamos aproveitar para ver como a pandemia nos atinge. Vamos levantar os casos de óbito em cada local de trabalho, para que os sindicatos tenham um mapa de como a doença nos atinge. Vamos denunciar também os casos de gestores que obrigam as visitas externas e que não tomam as devidas providências para casos de contágio nas agências e outras unidades”, orientou a presidenta da Contraf-CUT, Juvandia Moreira.

Elaboração de Manifesto Nacional

A mobilização do dia 24 também foi abraçada pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo. As entidades que convocam o lockdown preparam um manifesto nacional, que será divulgado nos próximos dias. O movimento sindical e popular entende que o agravamento da pandemia exige uma resposta contundente. A orientação é para ficar em casa, sem trabalhar, mesmo se o trabalhador estiver em home office. Esvaziar as ruas no dia 24 será uma resposta a Bolsonaro, um negacionista que só prejudicou as medidas para o combate à pandemia.

Da Redação com Contraf-CUT