Cooperforte apresenta proposta que não atende reivindicações e ainda retira direitos

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Na segunda rodada de negociação com o Sindicato, nesta terça-feira 19, a Cooperforte apresentou uma proposta de acordo coletivo de trabalho (ACT) que, além de não atender a nenhuma reivindicação dos funcionários, ainda retira direitos clausulados.

Pela proposta da cooperativa, diversas cláusulas serão alteradas ou excluídas, como, por exemplo, a 3ª, que trata do salário para os casos de substituição de cargos de nível gerencial, e a 21ª, que versa sobre o pagamento de adicional noturno.

A Cooperforte justificou o retrocesso afirmando que o documento está em consonância com a atual CLT e com o que estabelece a legislação trabalhista aprovada pelo Congresso Nacional e sancionada por Temer, e que entrará em vigor em 11 de novembro.

O Sindicato reforçou que rechaça qualquer retirada de conquistas dos trabalhadores e que luta em várias frentes para anular a reforma trabalhista e seus reflexos. Como exemplo, citou a campanha em curso pela Anulação da Reforma Trabalhista, de iniciativa da CUT, que visa coletar 1,3 milhão de assinaturas para um Projeto de Lei de Iniciativa Popular cujo objetivo é revogar a nova lei.

O presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que participou da negociação, informou que na próxima reunião com a cooperativa apresentará o Termo de Compromisso definido na 19ª Conferência Nacional dos Bancários, realizada em julho, e que busca proteger os trabalhadores dos impactos da reforma trabalhista.

Próximos passos

A diretora da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Talita Régia, presente à negociação, adiantou que o Sindicato organizará uma plenária com os funcionários para apresentar detalhes da contraproposta. “O objetivo, além de debater com os trabalhadores todo o conjunto do que foi apresentado, é definir os encaminhamentos da Campanha 2017 daqui para a frente”, acrescentou a dirigente sindical.

No lugar de retrocesso exigimos valorização

Dentro do espírito cooperativista e de responsabilidade social que sempre norteou a gestão da Cooperforte, era esperado que nesta negociação coletiva, no lugar de apresentar retrocessos no acordo, fossem encaminhados itens de valorização dos funcionários da cooperativa, como, por exemplo, a implementação da licença paternidade.

Em momentos de dificuldades, valorizar o trabalho em vez do capital sempre mostrou ser a melhor saída para empresas e governos.

Uma nova rodada de negociação deve ocorrer logo após a plenária.

Renato Alves
Do Seeb Brasília