Contraf-CUT e Caixa debatem eleição de representante para o Conselho de Administração

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A eleição de um representante dos empregados da Caixa Econômica Federal no Conselho de Administração da empresa começou a ser discutida entre a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), as federações, os sindicatos e o banco na rodada de negociação realizada na quinta-feira (18).

A participação dos trabalhadores nos conselhos de administração das estatais e das empresas controladas pela União é garantida pela Lei 12.353/2010, sancionada pelo então presidente Lula no dia 12 de dezembro de 2010. A portaria com as instruções para efetivação da medida foi assinada pela presidenta Dilma Rousseff em 11 de março deste ano.

 

 

A Caixa defendeu que o conselheiro eleito deve ficar liberado e que seja assegurada remuneração como empregado da ativa. A Comissão assessorada pela Comissão Executiva dos Empregados (CEE/Caixa), por sua vez, reivindicou a criação de uma estrutura adequada para o cumprimento do mandato.

Já está definido que o representante será eleito por voto direto, entre os empregados da ativa, por meio eletrônico, no sistema da empresa. A comissão eleitoral será designada pelo presidente da Caixa, com representantes da empresa e dos empregados. O assunto volta a ser debatido na próxima rodada de negociação.

Além da eleição de um representante dos trabalhadores para o Conselho de Administração da empresa, também foram assuntos discutidos durante a negociação o Sistema de Ponto Eletrônico (Sipon), a Comissão de Conciliação Voluntária (CCV), a estrutura da RET/PV, a extinção da área de compensação e os correspondentes bancários.  

Setor de Compensação

A Contraf-CUT cobrou novamente da Caixa a incorporação do adicional noturno para as áreas de compensação de cheques, que serão extintas até 30 de setembro.

Segundo a Caixa, existem atualmente 101 compensadores saindo de seus postos. Destes, apenas 31 têm direito a incorporação, já que existem impedimentos legais para estender o benefício a todos. A reivindicação dos trabalhadores é de os outros 70 empregados recebam tratamento semelhante ao que é dado a quem tem função gratificada. Para a CEE/Caixa, a preocupação é com a perda de renda desses empregados e como o banco vai tratar esse grupo. A empresa ficou de apresentar em breve um acordo para minimizar os impactos da perda do adicional no orçamento dos funcionários.

CCV

Os representantes dos trabalhadores também reivindicaram a mudança da tábua de sobrevida e da taxa de juros que estão sendo utilizadas para cálculos, a valor presente, dos montantes apurados nos acordos. A proposta é adotar a tábua AT-2000 e a taxa de juros de 5,5%.

Os negociadores da Caixa disseram que a empresa fará estudos comparativos entre o que está sendo praticado e que o que está sendo proposto pelos empregados. A empresa informou que manterá a CCV restrita a questões relativas ao tíquete-alimentação para aposentados

RETPV

A reestruturação das RETPVs também estão em estudo. A Caixa afirmou que os pilotos já estão em desenvolvimento para serem instalados no início de setembro e que, após aprovadas, as estruturas serão feitas para evitar grandes impactos na mudança.

Ponto Eletrônico

Está previsto para começar em setembro o desenvolvimento de um sistema que impede que seja feito login em duas máquinas ao mesmo tempo. A proposta apresentada é de suspender as atividades de um local quando outro for iniciado com a mesma senha. A preocupação da CEE/Caixa com gestores que tem duas senhas será levada à área de negócios da empresa, onde serão avaliadas as implicações do login de gerente. Se necessária, a discussão será retomada para debater alternativas ao sistema.

Correspondentes

A CEE/Caixa levou para a mesa denúncias de empregados da Caixa, principalmente gerentes, que têm se beneficiado dos correspondentes habitacionais. Segundo a CEE, existem inúmeros casos de funcionários que estão envolvendo familiares e montando empresas dentro de suas casas. A prática demonstra a falta de controle sobre os correspondentes e compromete a imagem da empresa.

Em resposta, a superintendente da Superintendência Nacional de Responsabilidade Social, Empresarial e Relacionamento com o Empregado (Surse), Ana Telma do Monte, garantiu que as denúncias serão encaminhadas à Comissão de Ética.

Para o coordenador da CEE/Caixa, Jair Pedro Ferreira, o fato de a Caixa não ter atendido diversas reivindicações dos trabalhadores significa que os empregados devem intensificar a mobilização. “Sem unidade, avançaremos pouco nas negociações. Então, é preciso que todos fiquem atentos aos informes e participem ativamente das atividades realizadas pelo Sindicato”, convoca.

Pricilla Beine
Do Seeb Brasília, com informações da Fenae