Número insuficiente de funcionários, bancários sobrecarregados, falta de investimento em segurança. Mesmo com todos esses problemas, Itaú e Bradesco decidiram, sem ouvir os sindicatos, estender o horário de atendimento aos clientes de várias agências. Em protesto contra a medida, os bancários, com o apoio do Sindicato, voltaram a paralisar as unidades que funcionam com horário diferenciado no DF nesta quarta-feira 5.
“Vamos continuar realizando protestos até que esses bancos resolvam a situação, de maneira que não prejudique os trabalhadores e nem discrimine os que não são clientes, como vem acontecendo. Cobramos abertura de negociação para tratar do assunto, mas até o momento eles não se pronunciaram”, diz Washington Henrique, diretor do Sindicato e funcionário do Itaú.
As agências que funcionam com horário estendido no DF ficaram fechadas justamente nesse período. Unidades de Ceilândia, Setor Comercial Sul, 510 Sul, 516 Sul e 504 Norte não abriram de 9h às 11h e nem de 16h às 19h, além das agências dos shoppings Conjunto Nacional, ParkShopping, Águas Claras e Pátio Brasil, que têm horário estendido de 17h às 20h.
“É um absurdo a abertura das agências com horário ampliado sem que o banco contrate mais funcionários. É uma exploração a situação a que os bancários estão submetidos. Os gerentes operacionais, por exemplo, chegam a trabalhar 12 horas diárias. Ficam sobrecarregados, perdem o convívio social, entre outros problemas”, argumenta o diretor do Sindicato Garcia Rocha, que é funcionário do Bradesco.
O movimento sindical cobra do Itaú e Bradesco mais contratações para que as agências funcionem com horário ampliado, só que em regime de dois turnos e respeitando-se a jornada de 6 horas.
Não à discriminação
Durante as atividades, os dirigentes sindicais também alertaram a população sobre a falta de investimento em segurança por parte dos bancos (há agências que funcionam ate as 20h localizadas em regiões perigosas) e sobre a discriminação que vem ocorrendo com os usuários. Antes das 11h e após as 16h somente são atendidos os correntistas do Itaú e Bradesco.
“Lembramos que o banco é uma concessão pública e não pode segregar no atendimento. Enquanto a agência estiver funcionando, o banco tem de atender todos, não só os correntistas”, ressalta Louraci Morais, secretária de Relações com a Comunidade do Sindicato.
Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília
