Comissão de negociação cobra responsabilidade do BB com a Cassi

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Em reunião realizada nesta segunda-feira (21), a Comissão de Negociação das Entidades de Representação dos Funcionários e aposentados deram continuidade às negociações com o Banco do Brasil acerca da Cassi. Os representantes dos funcionários cobraram do banco respostas quanto à finalização dos projetos que compõem as ações estruturantes e também sobre o banco fazer os investimentos necessários para concretização desses projetos de sustentabilidade, apresentados pelos representantes dos funcionários durantes as negociações.

Na reunião anterior foi apresentada ao banco proposta de antecipação de contribuições para que se tenha um reforço de caixa emergencial na Cassi, de forma a garantir o bom funcionamento da Caixa de Assistência e as negociações se concentrem nas soluções de longo prazo. O banco informou que não fará aporte de recursos na Cassi, por isso ter impacto muito significativo nas demonstrações contábeis e que no financiamento dos projetos, na forma apresentada pelo banco anteriormente, com a proposta que previa a constituição de um fundo, havia boa condição para fazer os investimentos.
A Comissão de Negociação cobrou do banco que fizesse a conclusão dos projetos conforme promessa da empresa, para se chegar a um acordo quanto à precificação e projeção de ganhos com os projetos, algo que o BB havia questionado em rodadas anteriores.

O banco explicou que os projetos foram realmente apresentados no âmbito da Cassi e houve impasse sobre precificação, que é um passo importante na elaboração. Insistiu que a conclusão dos projetos somente poderia ser feita no âmbito de uma proposta estruturante, sem de fato explicar que proposta seria essa.

Para Rafael Zanon, diretor do Sindicato e representante da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB, ficou clara, na negociação, a estratégia do banco em querer fugir da responsabilidade pela gestão da Cassi e tentar dividir as entidades, quando retrocedeu quanto à validação dos projetos apresentados pelos representantes dos funcionários há mais de um ano na Cassi e na mesa de negociação desde maio. “O BB utiliza a estratégia de atrasar a implementação das estratégias estruturantes, que trarão equilíbrio à Cassi, para criar um clima de tensão entre o funcionalismo. Além disso tentou culpabilizar as entidades, tentando enfraquecer a unidade até então construída”, reforça Rafael Zanon.

Embora destacando que está preocupado com a situação do caixa da Cassi, o banco registrou que a questão está sendo debatida na governança da Caixa de Assistência. Portanto, no entendimento do movimento sindical, houve um retrocesso em relação à rodada anterior, quando o banco sinalizou com a possibilidade de investimento pela empresa para implantação das medidas estruturantes.

Os representantes das entidades cobraram do banco sua responsabilidade com a Cassi, já que há quase um ano os projetos foram apresentados e o banco posterga a validação dos cálculos, de responsabilidade da área financeira, de indicação do BB.

O banco informou que não fará antecipação de contribuições sem uma proposta estruturante e deixou claro que não pretende, em nenhuma hipótese, elevar contribuição referente aos aposentados.

A reunião foi marcada por momento de tensão, quando foi feito inclusive pedido de intervalo pelas entidades, uma vez que a diretoria do banco estabeleceu o rito do retrocesso para conduzir a negociação, principalmente quanto à participação nos projetos de ações estruturantes.

O banco afirmou que não havia consenso na Comissão de Negociação quanto à proposta de custeio, mas não apresentou nenhuma proposta nova.

Na proposta anteriormente apresentada pelo banco, a Comissão de Negociação, por consenso, já afirmou ao BB que não concorda com rateio de déficit que quebre a solidariedade e que na proposta do fundo não há acordo da forma como apresentada pelo BB.

Após o intervalo e cobrada a manifestação do banco a respeito da sua avaliação dos projetos denominados de medidas estruturantes, o BB concordou em se reunir, nos próximos dias, com os diretores eleitos para uma apresentação mais detalhada e ajuste de procedimentos para avaliação.

As entidades farão debates internos com os funcionários e aposentados sobre a continuidade das negociações e nova rodada está prevista para o dia 19 de janeiro.

Da Redação com Contraf-CUT