Comando Nacional dos Bancários conquista suspensão da MP 905

0

A aplicação da MP está suspensa até a próxima negociação, dia 26, com compromisso de não aplicação.

O Comando Nacional dos Bancários se reuniu nesta quinta-feira (14) com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) para tratar da Medida Provisória 905/2019, assinada pelo presidente Jair Bolsonaro na última segunda-feira (11). O Comando Nacional conseguiu segurar a implantação da MP 905/2019 até que seja concluída a negociação com a representação da categoria. A próxima reunião será realizada no dia 26.

“Fomos negativamente surpreendidos pela publicação desta MP, que é, na verdade, um aprofundamento da reforma trabalhista”, disse a presidenta da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Juvandia Moreira, que é uma das coordenadoras do Comando Nacional dos Bancários.

Para Juvandia, o texto da MP não deixa dúvidas de que alguns artigos foram incluídos a pedido dos bancos. “É a falácia do Estado Mínimo, que na verdade só é mínimo para o povo e máximo para os bancos”.

Durante a reunião desta quinta-feira, o Comando deixou claro que repudia os pontos da MP e que não aceitará a imposição goela abaixo do trabalho aos sábados, nem a extensão da jornada para 44 horas semanais. Tampouco serão aceitas as alterações estipuladas pela MP que permitem a negociação da PLR sem a participação das entidades sindicais e que desrespeitem os pisos salariais da categoria, definidos na CCT.

“Um ataque aos trabalhadores, a MP 905 é uma verdadeira demonstração de absurdos e aberrações que expõe a que veio e a quem serve o governo Bolsonaro. No caso da categoria bancária, tentam aplicar por meio de uma inclusão jabuti matérias já derrotadas na MP 881, que prejuízos irreparáveis trazem para as bancárias e bancários. Nossa resposta será com luta e intensa mobilização da categoria, além de reiterar na mesa à Fenaban o compromisso com o negociado”, destaca o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Os bancos cederam à pressão do Comando e concordaram com a suspensão da aplicação da MP até nova negociação, que ocorrerá dia 26.

A proposta do Comando é construir um aditivo à CCT, válido até dezembro de 2020, que garanta todos os direitos da categoria e neutralize a MP em todos os pontos que atingem os bancários.

A comissão de negociação dos bancos se comprometeu a defender perante o setor a assinatura deste aditivo. Dia 26, serão debatidos os detalhes do texto do aditivo à CCT.

O Comando tirou uma série de orientações aos sindicatos para organizar a categoria para que esteja mobilizada e atenta.

Da Redação com Contraf-CUT