Encerrado o prazo no último sábado (9), duas chapas se inscreveram para a eleição para a Associação dos Empregados do BRB (AEBRB).
Agora, a comissão eleitoral analisará as candidaturas para verificar se todas cumprem os requisitos previstos no estatuto para serem candidatos (as).
Segundo informações, houve uma tentativa, até o limite, de se construir uma chapa unitária, que envolvesse todos os atores representativos do BRB, na busca para formar um grupo plural e amplo, que tivesse como princípio, única e exclusivamente, a defesa dos interesses dos funcionários, ativos e aposentados, e também da perenidade do banco.
Isso não foi possível, e há fortes indícios de que não se concretizou porque parte da direção do BRB atuou fortemente para desestabilizar a construção desta chapa única. Além disso, segundo diversos funcionários, houve o fomento à divisão por parte de alguns diretores do BRB, que atuaram fortemente para a formação de uma chapa que fosse dócil ao banco e ao governo. Segundo muitos comentários, diversos funcionários foram chantageados para não aderirem a uma das chapas e, no limite, manterem-se neutros na disputa.
Esta situação, embora estranha, parece realmente muito verossímil, pois a Associação, além de sócia do banco com direito a indicar conselheiros nas empresas do conglomerado, desde 2013, tem a prerrogativa de indicar um membro para o conselho de administração (Consad) e um para o conselho fiscal (Confis) do banco.
Partindo desta realidade, realmente devem ser verídicos estes comentários sobre a atuação de setores da direção do banco na construção de uma chapa com membros “amigos” da diretoria, pois fatos comprovam que o BRB não deseja ter no seu Conselho de Administração alguém com visão crítica. A certeza disso decorre também do fato de que, há 11 meses, o estatuto do banco foi alterado, por uma determinação legal, para prever a eleição de um funcionários da ativa para o Consad, e a direção do banco nada fala sobre a efetivação da eleição, empurrando essa situação de forma inexplicável.
Outro fato um tanto quanto inusitado que parece corroborar o apoio da direção do banco no processo eleitoral refere-se ao fato de que inúmeros bancários entraram em contato com o Sindicato afirmando estarem recebendo mensagens via WhathApp pedindo apoio para uma das chapas. Diversos destes bancários afirmam que não têm nenhuma relação política, ideológica ou afinidade pessoal com quem está enviando as mensagens. Além de buscarem junto ao Sindicato informações sobre a eleição para a AEBRB, questionam de que forma os números de celulares estão sendo acessados. Caso esteja realmente em curso tal situação, é um despropósito e uma interferência absurda no processo, que deve ser pautado por lisura, transparência e total liberdade.
Com relação à demora em efetivar a eleição de um funcionário para o Consad, o Sindicato buscará a justiça para fazer valer o estatuto e garantir esta eleição.
Importância da eleição da AEBRB
É extremamente importante que todos os funcionários do banco atentem para este processo que se dará em assembleia no próximo dia 19, na sede da AABR, pois, pode ser que, a depender do resultado, a direção do banco passe a ter controle sobre a Associação, conforme ocorreu até o ano de 2009, quando a Associação (à época chamado de BRB Clube) era um apêndice da presidência do BRB, completamente controlada pelo presidente do banco.
Esta questão se reveste de uma importância ímpar neste momento, ainda mais porque o banco contratou consultoria para apresentar estudos sobre a internalização da Cartão BRB, empresa cujo capital a Associação detém 30%, e cujos dividendos são fundamentais para o financiamento da Saúde BRB, pois a AEBRB é responsável por 25% das despesas do plano de saúde. Dependendo da forma como for feita esta internalização, caso ela se concretize, a AEBRB pode sofrer perdas irreparáveis. E, com uma direção na Associação subserviente à direção do banco, a AEBRB pode facilitar as coisas para o BRB (governo), sem nenhuma preocupação com os funcionários.
“É patente que a direção do banco não deseja ter em seu Conselho de Administração alguém que represente os funcionários, haja vista a recusa em efetivar a eleição prevista em estatuto. Agora, parece que o banco quer controlar também quem a AEBRB indica para o Consad, de forma que não tenha naquele conselho ninguém que possa questionar o que se pretende fazer com o BRB e suas coligadas, deixando ao governo a liberdade de propor o que quiser, pois teria o controle de todos os conselheiros. Fiquemos atentos e vamos à assembleia dia 19, para eleger quem realmente pode defender os interesses dos bancários do BRB nestes importantes espaços que pertencem ao conjunto dos funcionários”, diz Eustáquio Ribeiro, diretor do Sindicato e atual conselheiro da AEBRB.
Da Redação
