Com chamamento à unidade, começa a 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro

0

Com um chamamento à unidade da categoria para assegurar seus direitos e avançar nas conquistas, começou nesta sexta-feira (7), em São Paulo, a 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro, reunindo mais de 600 delegados de todo o Brasil, incluindo os do Distrito Federal.

“Através da nossa unidade, vamos sair daqui com uma minuta que vai permitir que a gente faça uma grande campanha com tudo o que for preciso para obtermos conquistas para a categoria e ajudarmos a reconstruir o país. E vamos fazer isso juntos. Porque o futuro se faz agora e se faz juntos”, declarou a presidenta da Contraf-CUT e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, Juvandia Moreira, na cerimônia de abertura, fazendo uma alusão ao mote da Conferência deste ano.

Leia mais:

> Grandes empresas de tecnologia detêm informações políticas e econômicas, alerta professor na 26ª Conferência
> 26ª Conferência: Pedro Serrano analisa a conjuntura nacional e o combate à extrema direita no Brasil e no mundo

Para Juvandia, os sindicatos têm a obrigação de politizar a Campanha Nacional, para que os bancários compreendam que o individualismo não vai reconstruir o Brasil e entendam que é preciso que haja a união da classe trabalhadora para derrotarmos o pensamento neoliberal, que prega o Estado mínimo e a redução de diretos e salários. “Somente juntos será possível obter aumento real, obter novos direitos e melhorar as condições de vida da população”.

Ela ressaltou que, para isso, nas eleições deste ano, os trabalhadores, por sua vez, têm a obrigação de eleger candidatas e candidatos que tenham compromisso com a classe trabalhadora. “Ao final de nossa conferência, precisamos voltar pra casa e levar essa discussão para nossas bases. Não podemos deixar que sejam eleitos representantes do 1% da população. Temos que eleger candidatas e candidatos comprometidos com nossa pauta de reivindicações. Sem esquecer que nossa campanha não é apenas corporativa, mas sim uma campanha para o Brasil que trabalha e também para o mundo”, destacando que o mundo não pode ser calar diante do genocídio cometido por Israel contra o povo palestino.

‘Bancários são referência de luta’

O evento de abertura contou com a participação de representantes das federações e dos sindicatos de bancários de todo o país. Em sua saudação, o presidente da Fetec-CUT/CN, Rodrigo Britto, destacou as conquistas da categoria até os dias atuais, o que torna os bancários referência para todas as demais categorias de trabalhadores. “Os bancários e bancárias conquistaram algo inédito, que serve de exemplo às demais categorias, o que resulta em ataques que recebemos do sistema financeiro, tentando retirar direitos”, disse.

“Eles [os banqueiros] são aqueles que estão dia a dia enviando projetos no Congresso Nacional para fragilizar a categoria e todos os trabalhadores, como fizeram com a reforma trabalhista, a precarização do trabalho e a reforma que tentou acabar com a nossa Previdência Social. Eles são aqueles que tentaram um golpe de Estado”, destacou.

Britto prosseguiu: “Eles querem derrotar a categoria mais organizada criando outras categorias, com novas relações de contrato que, no passado, eram considerados fraudes trabalhistas, e conseguíamos derrotar na Justiça. Mas, com a reforma trabalhista isto não é mais possível e, por isso também, eles querem acabar com a nossa Justiça Trabalhista”, afirmou Rodrigo.

A 26ª Conferência Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro vai até o domingo (9), quando, após uma série de debates e deliberações, será aprovada a pauta geral de reivindicações da categoria, além dos eixos de luta da Campanha Nacional 2024, para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e dos acordos específicos por bancos.

> Assista aqui à abertura da 26ª Conferência Nacional dos Bancários

Livro sobre os impactos da Lava-Jato nos empregos é lançado na 26ª Conferência

Após a solenidade de abertura, foi lançado o livro “10 anos da Operação Lava Jato: impactos nos empregos e na soberania nacional”, obra organizada pelas juristas Gisele Cittadino e Carol Proner e que reúne a análise de especialistas do direito, da imprensa e economistas.

O jornalista Luis Nassif, autor de um dos artigos contidos na obra, participou da mesa de lançamento e fez um balanço da conjuntura política, pós-Lava Jato. “O Brasil tem um grande trunfo na mão, que são os movimentos sociais, falta o planejamento”. Para ele, mais do que nunca, a participação dos sindicatos é fundamental. “O grande desafio é trazer de volta o modelo de cooperação, para combater esse individualismo que é a marca do capitalismo. O mercado não quer regulação, ele quer ganhar dinheiro”, afirmou. “Eu tenho certeza de que vocês estão à altura deste desafio, que é combater o fantasma da ultradireita. Vamos a luta!”

Confira a programação completa da Conferência:

Da Redação com informações da Contraf-CUT