Cine Clube movimentará as noites de quarta no Comitê contra o Golpe

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Idealizado no sentido de fomentar o debate social e político em tempos de sérias ameaças a democracia, o Comitê em Defesa da Democracia e Contra o Golpe promove a partir da próxima quarta-feira (4) o Cine CUT, atividade semanal que terá início sempre às 18h30, com uma apresentação do contexto histórico dos filmes e com a eventual presença de algum profissional ligado às produções cinematográficas. Em seguida, às 19h, os filmes começam a ser exibidos no auditório Adelino Cassis. A programação é uma iniciativa da CUT Brasília e do Sindicato dos Bancários.

Coordenador do projeto Cine CUT, o secretário de imprensa do Sindicato dos Bancários, José Garcia, acredita que o cine clube é uma atividade importante devido à sistemática da indústria e exibição de cinema, que privilegia os chamados “enlatados americanos” e desvaloriza as produções independentes, fora do circuito holliwoodiano.

“No Sindicato dos Bancários temos o cine clube há 10 anos e sempre privilegiamos mostrar um outro cinema para a população, um cinema reflexivo e não apenas de entretenimento. No caso do Cine CUT, escolhemos filmes que falam sobre a opressão e a libertação dos povos, filmes políticos que não necessariamente são brasileiros. Porém, o primeiro mês da programação tem apenas um filme estrangeiro (dirigido por um brasileiro) e o restante são produções nacionais”, explica José Garcia.

Para o sindicalista, além de ser um momento de discussão e formação política, o Cine CUT será mais um espaço para unificar os dirigentes sindicais e sociais para o enfrentamento do golpe e do que está por vir. “Precisamos estar cada vez mais fortes, politizados e unidos para combater as ameaças de retirada de direitos que virão para a classe trabalhadora do nosso país. O Cine CUT será aberto para toda a população, mas a ideia é que os nossos dirigentes sindicais participem ativamente e estejam cada vez mais conscientes e unidos para os novos desafios que se apresentam em nosso país”, conclui o diretor de imprensa do Sindicato dos Bancários.

Veja a programação de maio:

Serviço: CINE CUT

4/5: Diários de Motocicleta

Dir: Walter Salles/ Drama/ EUA 2004/ Duração: 115 min

Baseado nos diários de viagem de um jovem de 23 anos que se tornaria um dos maiores líderes revolucionários do mundo, Diários de Motocicleta narra uma jornada pela América Latina feita por Che Guevara e seu amigo Alberto Granado. Inicialmente centrada num simples desejo por conhecer novas realidades, a viagem acaba se tornando um despertar para as injustiças sociais e a realidade do continente.

11/5: Jango

Dir.: Silvio Tendler/ Documentário / Brasil 1984/ Duração: 117 min

Os acontecimentos que levaram ao golpe militar de 1964 são narrados por meio de imagens de arquivo e entrevistas com figuras como Brizola, Plínio Arruda e Magalhães Pinto. Para reconstruir a trajetória do ex presidente, o documentário resgata o momento de efervescência política dos anos 60 e se estende até os movimentos de resistência a ditadura, terminando com a morte de Jango no exílio e as imagens de seu funeral, que foram proibidas no Brasil pela censura.

18/5: Peões

Dir.: Eduardo Coutinho/ Documentario/ Brasil 2004/ Duração: 105 min

A organização do movimento operário do ABC paulista (composto primeiramente pelos metalúrgicos) é o ponto central do documentário, que aborda as esperanças e acontecimentos de um Brasil recém libertado da ditadura militar na época das primeiras eleições presidenciais concorridas por Lula.

25/5: O dia que durou 21 anos

Dir.: Camilo Tavares/ Documentario/ Brasil 2013/ Duração: 77 min

Por meio de documentos oficiais, gravações e entrevistas, o documentário descortina a participação e os interesses do governo dos Estados Unidos na desestabilização do governo popular de João Goulart e no golpe de 1964, que resultou em 21 anos de ditadura militar no país. Com medo da crescente onda comunista que se espalhava na América Latina nos anos 60, o imperialismo norte- americano viu uma grande possibilidade de perder o monopólio de poder e começou a interferir de forma mais incisiva na democracia dos países que seguiam uma linha política voltada para a esquerda. O dia que durou 21 anos detalha esse processo no Brasil, que começou ainda em 1962 e foi acelerado a medida que Jango avançava em um governo que prometia fazer reformas populares que mudariam drasticamente o país, gerando distribuição de terra, renda e oportunidades.

Fonte: CUT Brasília