Chamamento à unidade marca abertura oficial da 17ª Conferência Nacional

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Neste ano o mote da campanha é a “Unidade nacional para garantir direitos e avançar nas conquistas”. A 17ª Conferência Nacional dos Bancários, que teve sua abertura oficial na noite desta sexta-feira (31), no Hotel Holiday Inn, em São Paulo, conta com representantes bancários de todos os bancos, públicos e privados, das diversas Centrais Sindicais, federações e sindicatos de todo o país.

Para o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, “o encontro é marcado pela diversidade de opiniões e propostas, mas o objetivo final é, pela via do consenso ou por decisão da maioria, encaminhar uma pauta única de reivindicações a ser negociada com a Fenaban, o braço sindical dos bancos”.

Bancários querem garantia de emprego


A reivindicação que trata da garantia de emprego para todos os trabalhadores e a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que coíbe demissões sem justa causa, estão entre as principais deliberações do grupo que debateu o tema, na tarde deste sábado (1º).

A melhoria das condições de trabalho também está na pauta como prioridade. Os bancários também reivindicam a redução da jornada para 5 horas diárias e 25 semanais, com intervalo de 15 minutos para descanso, e a ampliação do horário de atendimento condicionada à criação de dois turnos de trabalho, com mais contratações. Além disso, os bancários defendem que cada agência bancária tenha no mínimo 15 funcionários.

É consenso ainda a proibição de funcionamento de agências, inclusive das agências de negócios, aos sábados, domingos e feriados.

Grupo de estratégia define pauta política

Nas lutas gerais da sociedade, o grupo que abordou Estratégias para Organização da Luta aprovou: a mobilização pela reforma política, fim do financiamento privado (pelo financiamento público de campanha), reforma tributária, democratização da mídia, defesa da Petrobras (não à quebra do sistema de partilha), defesa de democracia e dos direitos, redução da taxa de juros com crescimento e desenvolvimento econômico, auditoria da dívida pública e contra a criminalização dos movimentos sociais.

Na remuneração, bancários querem piso de R$ 3.299,66


O grupo sobre remuneração chegou a consenso no valor do vale alimentação e da décima terceira cesta a ser reivindicado, de R$ 788. Vale refeição terá de subir para R$ 34,26 ao dia. Os representantes dos trabalhadores defenderam também piso com base no salário mínimo do Dieese (R$ 3.299,66), PLR de três salários mais R$ 7.196,84 de parcela fixa adicional e o 14º salário.

Combate ao assédio moral como foco

As reivindicações de saúde, segurança e condições de trabalho, que foram apontadas pelas conferências regionais e estaduais realizadas em todo o Brasil, antes da 17ª Conferência Nacional, envolvem temas como combate ao assédio moral, metas abusivas, reabilitação profissional e acidentes de trabalho.

Os bancários desse grupo temático decidiram uma nova redação para o artigo 81º da pauta, que trata de reabilitação profissional/retorno ao trabalho. De acordo com os delegados, os bancos têm implantado programas de readaptação que não levam em conta as demandas do trabalhador.

“Reabilitação profissional é uma atribuição pública do Estado, tarefa da Previdência, não do banco. Queremos garantir a participação dos bancários neste processo. Também adequar as tarefas para os trabalhadores que estão retornando ao local de trabalho, após o período de afastamento, e acompanhar todo o processo”, explica Walcir Previtale, coordenador da mesa e secretário de Saúde do Trabalhador da Contraf-CUT.

Garantia de manutenção de direitos

Os bancários também discutiram a extensão integral de benefícios para funcionários afastados por problemas de saúde, ampliação da licença maternidade para pais de crianças adotadas, independente da idade, além da redução de jornada para mães que amamentam por um período maior, de 12 meses.

Segurança

O segundo grupo também tratou de segurança. Os bancários querem o fim da revista de funcionários, que ainda é praticada em muitas agências pelo País. Outra reivindicação é a extinção das tarifas bancárias para transferências de dinheiro, as chamadas de DOCs e TEDS. O objetivo é combater o crime de “saidinha”, já que muitas vítimas sacam grandes quantias em espécie para evitar as tarifas.

Os delegados da Conferência querem garantir a permanência de dois vigilantes por andar nas agências e pontos de serviços bancários. A abertura e o fechamento remoto das agências é outra reivindicação, assim como a instalação dos biombos nos caixas e melhor atendimento aos bancários e demais vítimas de assaltos.

Atualizada às 16h25 de 2/8/2015

Renato Alves com Rede de Comunicação Nacional dos Bancários