Equipes da corporação atuaram com três viaturas e cerca de 14 bombeiros trabalharam no local até a extinção das chamas
O Corpo de Bombeiros foi acionado. Equipes da corporação atuaram com três viaturas e cerca de 14 bombeiros trabalharam no local até a extinção das chamas. De acordo com informações do CBMDF, houve queima parcial do espaço. Uma sala de costura que funcionava no local ficou completamente destruída pelo fogo. Ainda não se sabe a causa do incêndio. Os militares fizeram perícia no local. O resultado do laudo deve sair em 30 dias.
O assistente social responsável pelo local, Guilherme Varandas, disse que as causas do incêndio serão apontadas após a perícia. “Tinha sinais de arrombamento. Uma grade de uma das janelas estava arrebentada. Em dois anos, essa é a segunda vez que sofremos algum tipo de ataque”, lamenta. “Já fiz o registro da ocorrência na delegacia. Estamos muito tristes com tudo isso. Mas não vamos acabar com o nosso trabalho de caridade. Continuaremos com fé”, afirma.
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A vizinha do lote, Tamires de Lima Silva Alves, 27, é irmã do jovem que se queimou no incêndio. “Acordei com um susto. Um dos meus irmãos gritou que o centro estava pegando fogo e corremos para tentar ajudar. O Valdecy pegou uma mangueira, mas, como as chamas estavam muito altas, acabou se queimando”, conta. Tamires mora no local há mais de 18 anos e afirmou que o local já havia sido invadido.
O crime ocorre uma semana depois de ser criada pelo Governo do Distrito Federal (GDF) a Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial, Religiosa ou por Orientação Sexual ou contra a Pessoa Idosa ou com Deficiência. A medida foi tomada após uma sucessão de ataques contra terreiros de matrizes africanas, cuja soma atingiu 15 ocorrências em 2015. Por isso, em outubro, representantes de aproximadamente 50 terreiros do Distrito Federal e do Entorno estiveram na Câmara Legislativa, em audiência pública, para tentar preservar a religião africana.
Entre os pedidos deles estavam a nova unidade policial e a preservação da religião. Agora, compete à delegacia especializada registrar, investigar, abrir inquéritos e adotar os procedimentos necessários para resolver os crimes praticados contra pessoas, entidades ou patrimônios públicos ou privados, cuja motivação será a intolerância religiosa.
Fonte: Correio Braziliense