Categoria bancária segue em luta contra juros altos

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O Sindicato segue mobilizando a categoria e demais trabalhadores contra os juros altos impostos pelo Banco Central, como evidenciado na manhã desta quarta-feira (17), durante ato realizado no gramado em frente ao prédio do BC.

“Os juros aplicados pela taxa Selic de 15% representam um ataque direto aos interesses do povo brasileiro”, destacou Robson Neri, diretor do Sindicato. “Representam menor consumo, reduzem o crédito, diminuem o acesso aos bens materiais e aumentam as dificuldades da população”, disse Neri.

Os atos vêm sendo organizados pelo Sindicato, “como aprovado na Conferência Nacional dos Bancários, que definiu ações unificadas de todos os sindicatos da categoria, com a realização de mobilizações contra os juros altos em todo o país”, destacou Ronaldo Lustosa, diretor de Comunicação do Sindicato.

Para Maria Gaia, diretora da Fetec Centro Norte (Fetec-CUT/CN), “é importante que os trabalhadores se manifestem contra a taxa de juros mais alta do mundo, que, mesmo com os embargos impostos pelos EUA, não consegue impedir que o Brasil cresça. Se os juros fossem mais baixos, estaríamos em uma situação muito melhor. É preciso reduzi-los para acelerar o desenvolvimento econômico”.

“Os juros altos prejudicam os mais pobres, os quais os bancários da Caixa atendem. Estão afetando os empréstimos consignados e para habitação”, afirmou Ataliba Dias, bancário da Caixa.

“O Banco Central se tornou um ‘grande sindicato dos banqueiros’ com a aprovação da PEC 179/21, durante o governo anterior, a qual deu autonomia ao BC e reforçou esse controle pelos banqueiros”, disse Maria Gaia.

“A primeira coisa que se deve fazer é barrar que o grupo de pessoas da Faria Lima siga elaborando o relatório Focus, que orienta o Banco Central. Mesmo o Brasil vivendo um período de deflação, eles querem manter os juros altos”, afirma Wadson Boaventura, diretor do Sindicato. “É preciso reduzi-los para aproveitar os investimentos que estão entrando no país e alavancar a indústria brasileira, os serviços e as condições de vida da classe trabalhadora”.

Combater os juros altos exige que “o povo perceba o quanto isso prejudica as condições de vida da população. Por isso, esta é uma luta que deve ser de todo o povo”, destaca Rafael Guimarães, diretor do Sindicato.

“É preciso mostrar para a população que os juros altos são um movimento do grande capital para priorizar a especulação e não o povo”, reforça Antônio Lima, delegado sindical do BB.

Para o diretor do Sindicato Daniel de Oliveira, “toda a categoria bancária e toda a população precisam entender esta luta. Por isso, buscamos mais visibilidade para fortalecer a luta contra os juros altos e fazer com que a direção do BC mude sua posição”. “A mobilização vai continuar, mantendo a pressão com ações nas redes e nas ruas até baixar os juros”, garante Daniel.

Luta é de todos

“Os bancários têm uma tradição de lutas, tendo contribuído para amplas conquistas da classe trabalhadora. A luta contra os juros altos é uma luta de todos, não apenas dos bancários”, afirma o delegado sindical do BB, Ruhan Moreira. “A categoria tem a obrigação moral de mostrar para o povo brasileiro o que está acontecendo devido aos juros altos”, disse Vitor Marinho, delegado do BB.

“Seguiremos demonstrando a insatisfação da categoria contra os juros altos. A taxa Selic deve ficar dentro do limite legal, parar de favorecer os banqueiros e garantir a redução dos juros, o que possibilitará uma melhor qualidade de vida para a população. O Copom é um órgão colegiado que precisa atender aos interesses da população, não aos interesses dos banqueiros”, afirmou Samantha Sousa, diretora do Sindicato.

Antes de encerrar o ato, os diretores do Sindicato afirmaram que os protestos contra os juros altos continuarão, buscando a unidade e mobilizando as centrais, demais sindicatos e movimentos, além de informar a população sobre a situação, com a realização de panfletagens nos bancos e pontos estratégicos de Brasília.

Durante o ato também houve denúncia do diretor Ronaldo Lustosa de que a direção do BRB está contratando Michel Temer para tentar reverter a decisão do BC que impediu a compra do Banco Master, outra ação de lesão ao patrimônio público, comandada pelo governador Ibaneis Rocha.

Pedro César Batista
Colaboração para o Sindicato