Campanha dos Bancários chega a Taguatinga

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Após nova tentativa dos banqueiros de retirada de direitos, bancários e bancárias de Brasília saíram às ruas para levar informes e convocar a categoria e a sociedade para a mobilização. A semana de atividades nas ruas na Campanha Nacional dos Bancários 2020 foi finalizada nesta sexta-feira (21) em Taguatinga e contou com a participação de diretores do Sindicato e da Federação dos Bancários (Fetec-CUT/CN).

A tônica do ato, que se concentrou em frente à agência Itaú e passou por diversas agências da região, reforçou a necessidade de mobilização dos trabalhadores do ramo financeiro contra os ataques dos banqueiros e do governo federal. Enquanto tentam acabar com a 13ª cesta alimentação e reduzir de 55% para 50% a gratificação de função, os bancos seguem obtendo lucros bilionários a partir do esforço de cada bancário e bancária.

“A negociação com os banqueiros está em curso e os bancários precisam se mobilizar contra as tentativas de retirada dos nossos direitos. É nosso papel fortalecer as movimentações. Aos bancários, recomendo permanecerem antenados aos informes do Sindicato”, alertou o secretário de Saúde da Fetec, Wadson Boaventura.

O debate da Campanha se estende aos interesses da sociedade brasileira. “A luta também é por redução dos juros e tarifas abusivos. O comerciante e o trabalhador precisam de acesso ao crédito com juros baixos para a manutenção do seu negócio e do seu lar. O lucro dos bancos precisa ser revertido para o povo”, frisou Ronaldo Lustosa, secretário de Assuntos Parlamentares do Sindicato e bancário do BRB.

“Num momento em que temos mais de cem mil mortos no Brasil e um presidente que diz que ou se tem emprego ou se tem direitos, o sistema bancário poderia ser impulsionado pelo governo a ajudar a população. Foi liberado R$ 1,2 trilhão para os bancos, mas isso não chega a quem realmente precisa”, denunciou o diretor do Sindicato e bancário do BB Rafael Guimarães.

Diretora da Fetec, Elis Regina destacou a importância dos bancos públicos, principalmente em tempo de pandemia. “O setor financeiro mesmo em meio à crise continua lucrando muito e segundo dados divulgados nos balanços semestrais dos quatro maiores bancos do país, as instituições financeiras tiveram redução dos custos. Então, não faz sentido propor a redução dos valores pagos a título de Participação nos Lucros e/ou Resultados (PLR) e o percentual pago como gratificação de função. Os bancos precisam dar a contrapartida àqueles que estão todos os dias trabalhando para constituir o lucro deles e não impor perdas aos bancários”, comentou a empregada da Caixa.

Para Juliano Braga, diretor da Fetec-CUT/CN e bancário do Bradesco, “os bancos têm um papel social a cumprir com toda a população e, em um momento de crise como o que estamos vivendo, eles têm obrigação de agir. Entretanto, o que a gente vê são juros abusivos e cada vez menos bancários para atender”.

Joanna Alves
Do Seeb Brasília