Caixa obtém lucro de R$ 3,9 bilhões em 2008. Bancários cobram PLR

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A Caixa adotou posição de enfrentamento aos desafios colocados pela eclosão da crise mundial e alcançou em 2008 crescimento da ordem de 62,3% – R$ 3,9 bilhões contra R$ 2,4 bilhões em 2007. O bom resultado fez com que o vice-presidente de Controle de Risco do banco, Marcos Roberto Vasconcelos, afirmasse que "para a Caixa não teve crise. Os números mostram isso".  

Para atingir esse resultado, a empresa contou com o esforço e o profissionalismo de seus 78.175 empregados, numa rede de atendimento composta por 2.544 unidades (agências e PABs) por todo o país. Prova de que os números refletem a dedicação coletiva está no fato de que todos os segmentos registraram crescimento significativo, com destaque para a ampliação das operações de crédito. 

Logo após o anúncio do balanço financeiro da Caixa, a Contraf/CUT (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro) enviou correspondência à presidenta do banco, Maria Fernanda Ramos Coelho, parabenizando os empregados pelo expressivo resultado obtido em 2008 e solicitando o pagamento imediato da segunda parcela da PLR dos bancários.

"Parabenizamos, em seu nome, os mais de 78.000 empregados da Caixa Econômica Federal em todo o país pelo excelente desempenho dessa instituição no exercício de 2008", afirma a carta, antes de cobrar o pagamento da PLR. "Por oportuno, vimos solicitar o pagamento imediato da 2ª parcela da PLR", conclui o documento, assinado por Plínio Pavão, represente da confederação na Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, e pelo secretário geral da Contraf, Carlos Cordeiro.

De acordo com a Convenção Coletiva dos Bancários, o valor da PLR a ser recebida por cada trabalhador é de 90% do salário mais o valor fixo de R$ 966, com teto de R$ 6.301. Metade dessa remuneração foi paga pelo banco em novembro de 2008.

Além disso, a convenção também prevê o pagamento de um Adicional de PLR quando o crescimento do lucro do banco de um ano para o outro superar os 15%. Como a Caixa aumentou seu lucro em 62%, segundo cálculos preliminares da Contraf/CUT, o total do adicional será algo em torno de R$ 1.500. Descontando-se o valor pago junto com a primeira parcela da PLR principal – cujo cálculo se deu pela comparação do resultado do primeiro semestre de 2008 com o do primeiro semestre de 2007 -, restará um valor adicional de aproximadamente R$ 620 para cada bancário.

Bons resultados

O saldo das operações de crédito da Caixa passou de R$ 55,8 bilhões em 2007 para R$ 80,1 bilhões em 2008, crescimento de 43,3%. Incluindo os repasses, as contratações chegaram a R$ 105,4 bilhões. A carteira de pessoa jurídica alcançou 3% de participação no mercado, atingindo saldo de R$ 15,1 bilhões – crescimento de 87,2% em relação a 2007. 

A Caixa expandiu em 8,8% sua base de clientes, chegando a 47 milhões de correntistas e poupadores. A receita com prestação cresceu 7,3%, alcançando 6,5 bilhões.

A ofensiva na oferta de crédito levou também a um novo recorde da Caixa em financiamento habitacional, já em 2009. Em janeiro deste ano, foram assinados 45.975 contratos no valor de R$ 1,9 bilhão, o que representa crescimento de 155% em comparação com o mesmo período de 2008. Sem levar em conta o pacote da habitação do governo, a empresa estima aplicar cerca de R$ 27 bilhões até o fim de 2009.

Crédito habitacional mais barato

A Caixa informou nesta quarta-feira, dia 11, que passa a oferecer aos seus empregados as taxas de juros mais baixas praticadas no mercado para a aquisição de imóveis residenciais. A medida atende compromisso assumido pelo banco com a representação dos trabalhadores durante as negociações da Campanha Nacional dos Bancários de 2008.

Segundo anunciado pelo banco, os manuais normativos que descrevem as condições de financiamento foram publicados nessa quarta-feira (11). As taxas de juros também poderão ser ofertadas em conjunto para beneficiários de Convênios com as seguintes condições:

– Quota de até 100% ou carência de até 06 meses para início do pagamento da parcela de amortização do financiamento;
– Prazo até 30 anos;
– Débito da prestação em conta ou averbação em folha de pagamento.

O comprometimento de renda deverá ser de até 25%. Para a modalidade Aquisição, está disponível um redutor adicional por meio do Convênio Funcef, observado o enquadramento nas regras vigentes na data da contratação da operação.

Confira as taxas de juros no quadro abaixo:

Tipo

Funcef

Taxa Normal

Taxa Reduzida*

Nominal

(% a.a.)

Efetiva

(% a.a.)

Nominal

(% a.a.)

Efetiva

(% a.a.)

SFH

Imóvel Residencial

Não

8,5563

8,9

8,0930

8,4

Sim

7,8063

8,0917

7,3430

7,5952

Fora do SFH

Imóvel Residencial

Não

10,9350

11,5

10,4815

11

Sim

10,1850

10,6741

9,7315

10,1775

*Conta com CROT, cartão, crédito do salário e débito do encargo mensal em conta corrente ou em folha de pagamento Caixa

Com informações da Fenae e da Contraf/CUT