Caixa insiste em ignorar denúncias do Sindicato de caos nas agências

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A enrolação da Caixa ultrapassa a mesa de negociação específica da campanha salarial. Na audiência nesta quarta, 23 de setembro, na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego no DF (SRTE-DF), a empresa nada apresentou sobre as denúncias  de sobrecarga de trabalho, fraude no ponto, extrapolação das horas extras, falta de estrutura, entre outros problemas em várias agência do Distrito Federal.

Apesar de combinado durante o encontro do dia 2 de setembro na SRTE-DF, os representantes da Caixa alegaram não saber que deveriam apresentar um contraponto ou possíveis soluções a respeito das péssimas condições de trabalho, filas longas, poucos empregados, máquinas quebradas e falta de acessibilidade para deficientes. “Me preocupa muito a situação dos bancários que trabalham mais que as duas horas extras permitidas e ficam estressados e com consequências à saúde”, ressalta Alexandre Severo, secretário de Saúde do Sindicato.

O Sindicato lutou pela assinatura do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) em 2005, que estabelecia a substituição dos terceirizados. A Caixa, contudo, não trocou os prestadores de serviço por um número equivalente de concursados. Os bancários que trabalham na retaguarda são exemplos da sobrecarga de trabalho, muitos totalizam cinco horas extras diárias e chegam a sair 22h15 (como consta do documento entre a Superintendência). “A gente vivenciou um problema da falta de funcionários. Tem agência que a gerente chorou contando que não sabe mais o que fazer para motivar os funcionários. Em outras, onde trabalhavam nove bancários na retaguarda, agora são só três”, relata José Herculano, o Bala, diretor da Fetec-CN.

A tática de cansaço aos bancários e descaso continua por parte da empresa, já que nada foi resolvido na última audiência. Agora, uma nova reunião só será marcada após o acordo coletivo da Campanha Nacional dos Bancários 2009. Enquanto isso, o desrespeito à população e a falta de valorização dos empregados com metas abusivas e excesso de trabalho persistem. 

Laudo técnico

O documento tem os dados apurados pelo técnico do estudo do trabalho sobre as péssimas condições das agências da Caixa: Gama, Sobradinho, Ceilândia Norte e Taguatinga Centro. São extintores de incêndio sem sinalização, máquinas quebradas, em todos os locais visitados não há elevadores para acessibilidade os clientes deficientes e idosos, entre outros problemas.