Caixa: Contraf-CUT cobra fim de desmonte de Pedro

0

A Contraf-CUT enviou, nesta segunda-feira (25), ofício para cobrar uma reunião com o atual presidente da Caixa, Pedro Guimarães, e exigir que suspenda a reestruturação.

Desde que Pedro assumiu a presidência, muitas mudanças já puderam ser sentidas pelos empregados. O clima instalado na Matriz é pesado. De acordo com as denúncias, o presidente da Caixa trata os empregados com arrogância e desrespeito.

Para Dionísio Reis, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa, se é com esse perfil que se pretende implementar uma reestruturação no banco público, as consequências serão péssimas para todos, trabalhadores e sociedade. “Primeiro porque os empregados da Caixa merecem respeito e não podem ficar à mercê da falta de critérios para nortear suas carreiras e muito menos de um presidente despótico. A organização e história de lutas desses trabalhadores já demonstraram do quanto são capazes na hora de defender a qualidade de seus empregos e o banco público. Além disso, ao estimular a venda de ativos e fatiar o banco coloca em risco sua própria sustentabilidade no médio prazo; ou seja, a Caixa não é um banco de mercado, mas sim uma instituição que está intrinsecamente ligada a programas sociais e dos trabalhadores brasileiros e, em conseqüência, ao desenvolvimento do Brasil. Pedro Guimarães parece não ter compreendido ainda a importância desse papel e o grande valor dos empregados do banco. O dono da caneta, pelo jeito, vai precisar que desenhem”, afirmou.

“Tratar os empregados como se fossem incompetentes é um absurdo! A Caixa é o que é graças aos seus empregados que acreditam na empresa e se esmeram para atingir as metas colocadas. Muitos colegas estão adoecendo por não terem boas condições de trabalho e a reestruturação não vem com a intenção de melhorar isso”, disse Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf-CUT.

Lista de nomes para vice-presidentes (VPs)

Desde que tomou posse, o número de integrantes do mercado financeiro atuantes no banco também aumentou. Coincidência ou não, uma lista divulgada pela imprensa apresenta nove nomes dos novos vice-presidentes (VPs) da Caixa, dentre eles, André Laloni, que é consultor contratado pelo presidente da Caixa para dar andamento aos processos de vendas de ativos e que deve se tornar vice-presidente financeiro do banco.

Outro nome na lista causa espanto: Cleyton Carregari, que segundo informações da mídia é um educador físico, amigo de Pedro, que não possui nenhum vínculo com o banco e que deverá ocupar o cargo de consultor da Presidência para ganhar cerca de R$ 30 mil por mês. Não podemos esquecer também do nome, anteriormente divulgado, de Mozart Farias, que é Brigadeiro da Aeronáutica e foi divulgado como vice-presidente, antes do resultado do suposto Processo Seletivo Interno (PSI) ter seu fim.

O “lobo da caneta”

Para imprimir a sua imagem como um presidente inovador e carismático, Pedro tem usado tanto a mídia externa quanto a interna para se promover. Entretanto, os relatos desse início de gestão passam pela ausência de critérios para ascensão profissional e perda de funções dos empregados. Além disso, quando confrontado, ainda segundo os relatos, Pedro tem por hábito afirmar veemente e grosseiramente: “Eu tenho a caneta!”, para tentar evidenciar seu poder na presidência. O comportamento estourado já lhe rende alcunhas como ‘Pedro e o Lobo’, referência que reúne o clássico infantil Pedro e o Lobo à película “O lobo de Wall Street”, de Martins Scorsese.

“Mas a marca que ele já conseguiu foi mesmo a de possuir um vocabulário chulo, se manifestando dessa forma em reuniões com os empregados. Não é disso que os empregados da Caixa precisam e, sim, de respeito reconhecimento e valorização. Que ele reserve ‘o poder da caneta’ para fazer nossa empresa voltar a estar entre os três maiores bancos do país, realizar concurso para acabar com o sofrimento dos empregados, clientes e usuários da Caixa”, reforça Maria Gaia, diretora da Fetec-CUT/CN.

Da Redação com informações da Contraf-CUT