Caixa continua enrolando na negociação do novo PCC

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A reunião entre a Comissão Executiva de Empregados da Caixa e representantes da empresa terminou em frustração. Sem falar ainda nos valores dos salários dos trabalhadores dentro do Programa de Função Gratificada (PFG), o novo PCC a ser implantado, o banco se limitou a informar em qual padrão cada cargo se encaixará e as novas nomenclaturas dos mesmos.

Segundo o coordenador da CEE-Caixa e diretor do Sindicato, Jair Pedro, a Caixa trata esta questão com desleixo. “A Caixa não vem dando a devida importância ao tema. Os trabalhadores devem se mobilizar e reagir firmemente, se necessário, para alcançar conquistas”, protesta.

PFG só depois da alteração da jornada

A implantação do PFG só será realizada depois da redução da jornada de trabalho de 8 horas para 6 horas diárias, com redução proporcional dos salários dos cargos atingidos,  conforme propõe a Caixa. A empresa afirma ainda que esta redução só pode acontecer por acordo coletivo.

Segundo o acordo aditivo já firmado neste ano, a implementação do PFG deveria acontecer, no máximo, no fim deste ano, mas a empresa já projeta que isto pode só ocorrer no 1º trimestre do ano que vem com efeito retroativo até a data da redução da jornada. Tentando colocar um problema que deve ser resolvido pela direção do banco no colo dos trabalhadores, os representantes da empresa afirmaram que “quanto mais rápido decidir a jornada, melhor para decidir o PFG”.

A medida é totalmente contrária à proposta defendida pelos trabalhadores, que reivindicam jornada de 6 horas para todos os empregados sem diminuição de salário. Ainda este mês deve ser apresentada uma proposta de regime de transição no que se refere à redução da jornada de trabalho.

A mobilização em torno de um PCC justo deve ser intensificada em todo o país.

> Clique aqui para ver a proposta dos empregados para o novo PCC

Processo Seletivo Interno

Os representantes dos empregados cobraram da Caixa mudanças na RH 040, que acaba prejudicando, por exemplo, trabalhadores que estiveram afastados do exercício de suas funções por motivos de saúde. De acordo com a regra, eles adquirem menos pontos e têm suas chances de crescimento profissional reduzidas. A empresa informou que está ajustando a normativo.

Dias parados

Mais uma vez, os representantes dos trabalhadores tentaram solucionar o problema do desconto indevido de dias não trabalhados durante a greve de 2008 e, apesar de não fechar o acordo, a empresa demonstrou que pode aceitar substituir o desconto por compensação de horas. O banco ficou de dar uma resposta até a semana que vem.

Segundo os representantes do banco, esta seria a última oportunidade de acordo consensual e teria de ser acompanhada de desistência dos sindicatos nas disputas judiciais sobre o assunto.

Encontro dos Dirigentes Sindicais

Está marcado para o dia 18 de dezembro, na sede da Contraf/CUT em São Paulo (SP), o Encontro dos Dirigentes Sindicais da Caixa para debater assuntos da comissão de negociação permanente como PFG, jornada e entre outros assuntos.

Saúde Caixa

A Contraf-CUT informou ao banco que já está finalizando junto às entidades sindicais a indicação dos representantes que comporão os comitês de acompanhamento de rede do Saúde Caixa. Serão 15 comitês em todo o país (um para cada Gipes), com cinco membros titulares e cinco suplentes. "Acreditamos que eles contribuirão para melhoria na rede de credenciados", afirma Plínio. Os nomes indicados pelos trabalhadores serão passados para a Caixa até o fim dessa semana.

Cobrada pelos bancários, a Caixa informou que realizará uma áudio-conferência com todas as Gipes orientando sobre o funcionamento dos comitês e sobre o processo de implementação. Os comitês terão a participação de dois empregados de cada Gipes, sendo pelo menos um gestor. O banco informou ainda que vai expedir uma comunicação eletrônica detalhando o processo e realizar, no dia 17 de dezembro, uma reunião nacional com as Gipes na qual incluirá o tema.

Os representantes dos bancários manifestaram também ao banco sua preocupação quanto à reunião do Conselho de Usuários do Saúde Caixa, a ser realizada em dezembro para avaliar o balanço do ano, avaliar a projeção atuarial para o próximo exercício e definir os valores de custeio. "A Caixa teve problemas de falta de processamento nos últimos anos, o que fez com que debatêssemos em cima de números pouco confiáveis por três exercícios. Nos dois últimos dois anos, o Saúde Caixa apresentou expressivo superávit", afirma Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa).

"Acertamos na mesa de negociação da Campanha Nacional 2009 que o banco apresentará os números ao GT-Saúde para se fazer uma reavaliação dos exercícios passados, para se necessário estabelecermos em processo negociado alterações no modelo de custeio e verificar a real situação financeira do plano, que ao que tudo indica é altamente superavitária, com o que a Caixa concordou, embora tenha afirmado que tal processo só poderá ser feito no ano que vem", conclui. Dessa forma, os trabalhadores reivindicaram que não seja feito nenhum reajuste no custeio do plano antes de feito o levantamento.

Eleição para as Cipas

Os trabalhadores apresentaram ao banco proposta para a realização das eleições de todos os membros das Cipas, direito conquistado na última campanha salarial. Segundo a proposta, nas unidades que têm comissão constituída, as eleições seriam realizadas apenas após o fim dos mandatos em curso.

A Caixa deve informar as entidades sindicais com 45 dias de antecedência do vencimento dos mandatos em cada unidade, como já previsto no Acordo Coletivo, para que seja iniciado o processo de eleição, já no novo modelo.

Nas unidades que não têm comissão, apenas um representante indicado pela empresa, os empregados propõem calendário nacional para o processo de eleição, a ser realizado em março.
As eleições serão realizadas por meio eletrônico e ocorrerá em uma região do país de cada vez para evitar problemas técnicos.

Reestruturação das filiais

Outro ponto que preocupa os empregados é a reestruturação das filiais, chamado pela Caixa de "novo modelo de filiais". Os negociadores da empresa afirmam não ter informações sobre o processo, pois estas ainda estão restritas à área responsável. Os dirigentes sindicais manifestaram suas preocupações com relação ao destino dos funcionários envolvidos no processo e com a adequação da própria estrutura proposta. "Uma questão é o que vai acontecer com as Gipes, uma vez que há rumores de que elas seriam diminuídas das atuais 15 para cinco em todo o país. E para a área de saúde do trabalho e para o Saúde Caixa, o movimento sindical considera que mesmo as 15 são pouco: queremos pelo menos uma por estado", afirma Jair. Os negociadores da Caixa registraram a preocupação e comprometeram-se a repassar as informações assim que tenham acesso a elas.

Exaustores nas bancadas de penhor

Os bancários questionaram a Caixa sobre os exaustores que estão sendo instalados nas bancadas de penhor, conforme negociado na Campanha 2009. No Ceará, empregados reclamaram que o aparelho adquirido pelo banco não atende às especificações necessárias. O Sindicato do Ceará contratou um perito que confirmou a inadequação dos aparelhos e alertou para a possibilidade deles espalhar os vapores das bancadas para outros ambientes. Parecer técnico apresentado afirma que os exaustores instalados “não servem nem com paleativo”. A Caixa ficou de contratar outro parecer técnico e confrontar com o do Sindicato do Ceará.

Condições de trabalho

Os trabalhadores levaram para a mesa de negociação denúncia de várias unidades de todo o Brasil sobre a demora da Caixa para fazer manutenção de aparelhos de ar condicionado. A falta do equipamento causa grandes transtornos para empregados e clientes, especialmente no verão e em algumas localidades. Segundo relatos, a demora no conserto chega a até 40 dias. Os negociadores do banco se comprometeram a checar a situação e trazer uma resposta na próxima reunião.